ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 25.11.1996.
Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloisio Filho a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Moreili, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D' Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a existência de "quórum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das Atas da Nonagésima Primeira Sessão Ordinária e das Trigésima Primeira e Trigésima Segunda Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Luiz Negrinho, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Nereu D' Ávila, 02 Pedidos de Providências; pela Mesa, 01 Projeto de Resolução n0 28/96 (Processo n0 2954/96); pelo Executivo Municipal, 01 Projeto de Lei Complementar do Executivo n0 10/96 (Processo n0 2948/96). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios n0s 490, 491, 492/96, do Senhor Prefeito Municipal, s/n0s, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações, do Deputado Estadual Valdir Fraga, do Senhor Jacob Halperin, Presidente da Associação Israelita. Cartão, da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária de Educação do Estado. Fax, s/n0s do Senhor Gilberto Mosmann, Secretário do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado, s/n0, do Senhor Jorge F. da Silva, da Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Estado. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão estiveram: o Substituto n0 0l ao Projeto de Lei do Legislativo n0 156/96, os Projetos de Lei do Legislativo n0s 163, 166 e 165/96, este último discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Artur Zanella e o Projeto de Resolução n0 26/96, discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, estiveram: os Projetos de Lei do Legislativo n0s 161 e 162/96 e o Projeto de Lei do Executivo n0 65/96, discutido pelo Vereador Artur Zanella. Constatada a existência de "quórum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Nereu D' Ávila adentado pelo Vereador Artur Zanella solicitando a apreciação imediata dos Requerimentos e por último do Projeto de Lei Complementar do Legislativo n0 30/95, por dezenove Votos SIM. votando os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Raul Carrion e Reginaldo Pujol. Após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Edi Morelli e Clovis Ilgenfritz foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib solicitando seja renovada a votação do Projeto de Lei do Executivo n0 64/95. A seguir, foi aprovado Requerimento do Vereador Pedro Ruas solicitando seja renovada a votação do Projeto de Lei do Executivo n0 28/95. A seguir, foi aprovado com o voto contrário do Vereador João Verle, Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja solicitando seja renovada a votação do Projeto de Lei do Legislativo n0 139/94. Na oportunidade, o Senhor Presidente comunicou que na próxima semana a Casa estará recebendo o Senhor Guilherme Socias Villela, Secretário Estadual dos Transportes, que apresentará o projeto do novo cais do porto. O Senhor Presidente informou, também, que amanhã, às dezessete horas, o Senhor Prefeito Municipal estará apresentando a esta Casa o relatório de sua administração. Ainda, o Senhor Presidente convidou todos a participarem da mostra "Caminhos do Bom Fim", a ser inaugurada na próxima quarta-feira, às dezoito horas, bem como, a mostra "Jango e o Rio Grande do Sul", a ser inaugurada no dia cinco de dezembro, às dezoito horas, nesta Casa. Logo após, foi aprovado Requerimento do Vereador Lauro Hagemann solicitando seja retirado de tramitação o Projeto de Lei do Legislativo n0 35/95. A seguir foi aprovado, com os votos contrários dos Vereadores Dilamar Machado, João Dib e a Abstenção dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Jocelin Azambuja e Reginaldo Pujol, do Requerimento n0 191/96, do Vereador José Valdir solicitando Moção de Repúdio às demissões ocorridas no Serviço Federal de Processamento de Dados - SERPRO. A seguir, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Dilamar Machado, Lauro Hagemann, Antonio Hohlfeldt, Henrique Fontana, Luiz Braz foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Edi Morelli Requerimento n0 192/96, do Vereador Raul Carrion, solicitando Moção de Repúdio à Emenda Constitucional que autoriza a reeleição do Presidente da República em votação nominal solicitada pelo Vereador Edi Morelli, obtendo dezesseis Votos SIM, nove Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana João Dib, João Verle, José Valdir, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D' Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Raul Carrion, NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, Luiz Braz, Paulo Brum e Reginaldo Pujol e optando pela Abstenção o Vereador Wilton Araújo. A seguir, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas, o Requerimento 21/96 (Processo n0 2684/96), de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando seja tornado sem efeito o Requerimento de Licença para Tratamento de Interesse do dia dezoito de outubro do corrente ano ao mesmo tempo em que requer Licença para Tratamento de Saúde aquele período por vinte e quatro Votos SIM e duas ABSTENÇÕES, votando SIM os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D' Ávila, Paulo Brum,. Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion e Wilton Araújo, optando pela Abstenção os Vereadores Helena Bonumá e Reginaldo Pujol. A seguir, foi aprovado com o voto contrário do Vereador Reginaldo Pujol Requerimento verbal do Vereador João Verle solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia. Logo após, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador Henrique Fontana solicitando sejam votadas em destaque as Emendas n0s 02 ,03, 08, 10, 11, 12 13 ,14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 ao Projeto de Lei do Executivo n0 49/96, Requerimento do Vereador Jocelin Azambuja solicitando seja votada em destaque a Emenda n0 21 ao Projeto de Lei do Executivo n0 49/96 e Requerimento do Vereador Artur Zanella solicitando seja votada em destaque a Emenda n0 08 ao Projeto de Lei do Executivo n0 49/96. Logo após o Senhor Presidente apregoou Requerimentos do Vereador Henrique Fontana solicitando sejam votados em destaque a Emenda n0 01 ao Projeto de Lei do Executivo n0 51/96, a Emenda n0 05 ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96 e as Emendas de n0s 06 a 26 ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96. Em Discussão Geral e Votação, em votação nominal solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol, foi aprovado, por vinte e três Votos SIM e um Voto NÃO o Projeto de Lei do Executivo n0 51/96, com ressalva das Emendas destacadas, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Edi Morelli, Giovani Gregol Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Raul Carrion e Não o Vereador Reginaldo Pujol. Os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das dezesseis horas e vinte e nove minutos às dezesseis horas e trinta minutos, reabertos quando constatada a existência de "quórum", reiniciando a ORDEM DO DIA. A seguir, após a Emenda n0 0l ao Projeto de Lei do Executivo n0 51/96 ser encaminhada à votação pelos Vereadores João Verle e Luiz Braz, a mesma foi rejeitada em votação nominal solicitada pelo Senhor Presidente, onde obteve doze Votos SIM, quatorze Votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Nereu D' Ávila, Pedro Américo Leal e Reginaldo Pujol, Não os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Negrinho, Maria do Rosário e Milton Zuanazzi, optando pela Abstenção o Vereador Raul Carrion. Os trabalhos estiveram regimentalmente suspensos das dezessete horas e dezessete minutos às dezessete horas e dezenove minutos. Reabertos quando constatada a existência de "quórum", reiniciando-se a ORDEM DO DIA. A seguir, nos termos regimentais, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão por mais duas horas. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Artur Zanella, Reginaldo Pujol, João Dib e ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib, Dilamar Machado, Reginaldo Pujol, Luiz Negrinho e Airto Ferronato, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Dib, foi aprovado, por vinte e quatro Votos SIM e um Voto NÃO o Projeto de Lei do Executivo n0 53/96 e as Emendas de n0s 01 a 04, com ressalva das Emendas destacadas, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Nereu D' Ávila, Paulo Brum e Pedro Ruas, e Não o Vereador Reginaldo Pujol. A seguir, a Emenda n0 05 foi encaminhada à votação pelos Vereadores João Dib e João Verle, sendo submetida à votação nominal solicitada pelo Vereador Artur Zanella, obtendo dois Votos SIM e treze Votos NÃO, onde votaram Sim os Vereadores Artur Zanella e Luiz Braz e NÃO os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi e Pedro Ruas. Às dezoito horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de "quórum", o Senhor Presidente declarou nula a votação da Emenda n0 05 ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96, declarando também encerrados os trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e Mário Fraga, e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Reginaldo Pujol. Do que eu, Fernando Záchia, 1ª Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINARIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA - EM 25.11.1996.
- Durante a Ordem do Dia, quando do registro da votação do Requerimento nº 21/96, onde se lê "(...) A seguir, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, foi aprovado, em votação nominal solicitada pelo Vereador Pedro Ruas, o Requerimento 21/96 (Processo n0 2684/96), de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando seja tornado sem efeito o Requerimento de Licença para Tratamento de Interesse do dia dezoito de outubro do corrente ano, ao mesmo tempo em que requer Licença para Tratamento de Saúde aquele período, por vinte e quatro Votos SIM e duas ABSTENÇÓES(...)", leia-se "(...) A seguir, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Reginaldo Pujol, foi aprovado o Requerimento n0 21/96 (Processo n0 2684/96), de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando seja tornado sem efeito o Requerimento de Licença para Tratamento de Interesses Particulares do dia dezoito de outubro do corrente ano, ao mesmo tempo em que requer Licença para Tratamento de Saúde para aquele período, por vinte e quatro Votos SIM e duas ABSTENÇÕES, em verificação de votação solicitada pelo Vereador Reginaldo Pujol, após ser aprovado em sua votação simbólica(...)".
- Durante a Ordem do Dia, quando do registro da votação do Projeto de Lei do Executivo n0 51/96, onde se lê "(...) após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Reginaldo Pujol(. ..)", leia-se "(...) após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, João Dib e Reginaldo Pujol(...)”.
- Durante a Ordem do Dia, após o registro da votação do Projeto de Lei do Executivo n0 51/96, acrescentar: "(.. .) Na oportunidade, face a Questões de Ordem dos Vereadores Luiz Braz, João Verle, Reginaldo Pujol e João Dib, o Senhor Presidente prestou informações acerca da votação do Projeto de Lei do Executivo n0 51/96 e da tramitação deste Projeto na Casa(...)".
- Durante a Ordem do Dia, após o registro da votação da Emenda n0 0l ao Projeto de Lei do Executivo n0 51/96, acrescentar: "(...) Na ocasião, foi apregoado Requerimento do Vereador Henrique Fontana, solicitando votação em bloco da Emendas n0s 06 a 26, apostas ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96. Também foi apregoado Requerimento do Vereador Henrique Fontana, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque da Emenda n0 05 aposta ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96. Na oportunidade, respondendo a Questão de Ordem dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz, Dilamar Machado, Reginaldo Pujol, João Verle, João Dib e Jocelin Azambuja, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da forma de votação das Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96 e acerca dos Requerimentos do Vereador Henrique Fontana, acima referidos. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador João Verle, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando sejam votadas em destaque, uma a uma, as Emendas n0s 06 a 26 apostas ao Projeto de Lei do Executivo n0 53/96(...)".
- Ao término da Ata, onde se lê, "(...) Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e Mário Fraga e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Reginaldo Pujol(...)", leia-se "(...) Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi Morelli e Mário Fraga e secretariado pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Maria do Rosário, os dois últimos como Secretários 'ad hoc'(...)".
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli): O
Ver. Artur Zanella está com a palavra.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, esta Questão de Ordem talvez até se confunda com um
Requerimento. Estou vendo que uma das formas usadas para trancar os processos é
pedir a Renovação de Votação. O Ver. Mário Fraga, por exemplo, pediu uma
Renovação da Semana da Restinga há dois meses, não sei se já foi votado, ou
não. Peço que a Mesa, em contato com os Senhores Líderes, dê prioridade à
votação dessas Renovações de Votação, porque essa está sendo a forma de trancar
a aprovação de um projeto.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pergunta a V. Exa se
é uma Questão de Ordem ou Requerimento.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão
de Ordem):
É uma Questão de Ordem para que V. Exa, como Presidente da Casa, entre em
acordo com as Lideranças para que haja a votação imediata de todas as
Renovações de Votação.
O SR. PRESIDENTE: Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. 2531/96 –
SUBTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/96, ambos de
autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a aplicação de sanções administrativas e rescisão de contratos,
pela Administração Pública Municipal, às empresas prestadoras de serviços.
PROC. 2802/96 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que
denomina Rua José Antônio Damásio um logradouro irregular, localizado no Bairro
Lomba do Pinheiro.
PROC. 2824/96 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/96, de autoria do Ver. Artur Zanella, que concede
o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Ailton Ferreira de
Albuquerque.
PROC. 2837/96 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/96, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
oficializa no Município de Porto Alegre o “Projeto Histórias de Trabalho”, e dá
outras providências.
PROC. 2852/96 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 026/96, de autoria do Ver. Ezony Villarinho, que concede o
título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor Renê Bernhard.
2ª SESSÃO
PROC. 2758/96 – PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/96, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que
denomina Rua Ari Marinho um logradouro público, localizado no Bairro
Higienópolis.
PROC. 2785/96 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
denomina Rua Izidoro Lima um logradouro irregular, localizado na Lomba do
Pinheiro.
PROC. 2845/96 - PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 065/96, que declara de utilidade pública a
Associazione Culturale Italiana Del Rio Grande do Sul – ACIRS.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra O Ver.
Reginaldo Pujol, para discutir a pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, procurarei ser rápido para que os trabalhos desta Casa sejam sérios
e rápidos uma vez que é muito grande as matérias que se encontram na Ordem do
Dia.
Enfatizo a minha solidariedade, o meu apoio e compromisso com o Projeto
de Resolução 26/96, de autoria do Ver. Ezony Villarinho, que concede o título
honorífico ao Líder Comunitário Renê Bernhard. É um Rotariano de grande
atividade e que inspirou, num momento adequado, essa proposição.
Gostaria que ficasse assinalada a circunstância de que não tem faltado apoio ao Projeto de Lei do Legislativo do Ver. Raul Carrion que dispõe sobre a aplicação de sanções administrativas e rescisão de contratos, pela Administração Pública Municipal, às empresas prestadoras de serviços. Esse projeto está há muito tempo protocolado na Casa e agora vem merecer um Substitutivo do próprio autor que concedeu algumas argumentações em torno do objeto da matéria, que lhe foram oferecidos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o PLE nº 165/96, é um Projeto da autoria deste Vereador, que concede o título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Ailton Ferreira de Albuquerque.
Eu li o Jornal Correio do Povo de sábado, onde dizia que a Mesa e
Lideranças iriam reunir-se hoje, para ver quais os projetos que seriam votados
ainda neste ano. Como não participei desta reunião – e não participo,
evidentemente, o Líder do meu Partido não está aqui, vejo poucas Lideranças
presentes no Plenário neste momento -, queria dizer que nessa análise dos
projetos que serão votados, examinássemos a questão dos títulos honoríficos,
porque o Vereador tem direito a um título honorífico por ano. Seja titular ou
suplente, se for votado o seu requerimento neste ano – for para o ano que vem
-, acaba a possibilidade de apresentar-se o projeto também no ano que vem.
Seria interessante que a Mesa e as Lideranças listassem tais projetos para que
fossem votados de forma preferencial. Temos, aqui, os Processos que concedem
títulos aos Srs. Renê Bernhard e ao Sr. Ailton de Albuquerque, seria importante
também que as votações de utilidade pública fossem votadas ainda neste ano,
temos o Projeto de Lei do Executivo nº 065/96 que declara de utilidade pública
a Associazione Culturale Italiana Del Rio Grande do Sul – ACIRS. Esta é uma
entidade, extremamente útil para o Rio Grande do Sul, pois reúne os expoentes
da cultura italiana neste Estado, e parece-me importante que elas recebam a lei
de utilidade pública, tendo em vista que dá uma série de vantagens, inclusive,
neste caso, vantagens de caráter internacional. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A próxima inscrição
pertence ao Ver. Mário Fraga. Desiste. Está inscrito este Vereador – Edi
Morelli – que desiste. Não havendo mais Vereadores inscritos em Pauta, está
encerrado o período de Pauta.
O SR. NEREU D’ÁVILA
(Requerimento): Temos que votar um Veto Parcial cujo prazo venceu ontem, sendo hoje o
último prazo, é o Veto que desafeta imóvel de domínio municipal. E como, para
isso, temos que votar os requerimentos, solicito a inversão da Ordem do Dia. É
o meu Requerimento.
O SR. ARTUR ZANELLA
(Requerimento): Dentro das circunstâncias da Sessão de hoje, gostaria de que quando
fossem votados os projetos, que o PLCL nº 30, de minha autoria, fosse votado
por último, que está a folha 05, pois estamos esperando uma emenda da Bancada
do PT.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Nereu D’ Ávila.
O SR. NEREU D’ÁVILA
(Questão de Ordem): Na Sexta-feira fiz um Requerimento que não foi colocado em votação
porque estava sendo retirado o quórum, então o Requerimento ficou para ser
votado, hoje, em prioridade. Requerimento esse para que fossem votados em
primeiro lugar, na Ordem do Dia, os Orçamentos. Não sei se não haveria prejuízo
do Requerimento do Ver. Artur Zanella.
O SR. PRESIDENTE: Até pelo contrário,
Vereador. Colocamos em votação o Requerimento, pendente, de Sexta-feira, do
Ver. Nereu D’ Ávila. (Após chamada nominal.) APROVADO por 19 votos SIM.
Aprovadas as inversões solicitadas pelo Ver. Nereu D’ Ávila, aditadas pelo Ver.
Artur Zanella.
O Sr. Milton Zuanazzi está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O SR. MILTON ZUANAZZI
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, o pessoal do Sindicato dos Bancários estava inscrito
na Tribuna Popular. Quero justificar: a nossa chamada ocorreu na hora exata das
14h, houve quórum, falaram dois Vereadores em Pauta; em seguida, foi feita a
chamada para a Ordem do Dia, e o pessoal da Tribuna Popular não estava
presente. Acho importante essa justificativa, se bem que eu já os vi se
retirando.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe a
manifestação de V. Exa. como uma justificativa dos fatos ocorridos.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, como cheguei atrasado, não sei se ainda cabe: entendi que foi
aprovada a discussão e votação dos Orçamentos em primeiro lugar. Dentro dos
Orçamentos seria possível estabelecer uma ordem de complexidade, começando com
o DMLU, depois DEMHAB e, finalmente, a Centralizada?
O SR. PRESIDENTE: Nós votaremos os
Requerimentos e, quando iniciarmos os Orçamentos, V. Exa. pode sugerir, em
Requerimento, a ordem, e esta Presidência, prontamente, submeterá isso à deliberação do Plenário. No Requerimento,
falou-se em Orçamento, mas não se definiu a ordem. Entendo, até, que o primeiro
seria o orçamento da Centralizada.
Passamos aos Requerimentos.
Requerimento de autoria do Ver. João Dib, solicitando seja renovada a votação do PLE nº 64/95 – Veto Parcial.
Quanto à renovação do Veto, houve problemas. A Mesa lembra aos Vereadores que o Ver. João Dib afirma que o texto vetado não está na Redação Final aprovada. Foi apenas uma cópia do Veto ao Projeto 64/95. Portanto, colocamos em votação.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está
com a palavra para encaminhar.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Senhor Presidente e Srs.
Vereadores permito-me fazer o encaminhamento do Requerimento do Ver. João Dib,
diante da ausência momentânea do Requerente porque, como membro da Comissão de
Finanças do Orçamento, participei da discussão desse Veto. Nasceu do Relatório
do Ver. Artur Zanella a questão que agora o Ver. João Dib dá prosseguimento com
o Requerimento da Renovação de Votação do Veto.
O problema é que o Prefeito Municipal assina uma justificativa de Veto
e cita textualmente um Veto sobre um texto que inexiste porque, na verdade,
foram vetados simultaneamente dois Projetos de Lei de teor semelhante, dois
projetos de vendas de áreas de imóveis a lindeiros, sendo que, por problemas
variados, e os dois tramitarem em épocas bastante distintas, um acabou
englobando determinadas modificações de percentuais de multa; e outro não.
Talvez por uma questão de síntese de economia de tramitação lá no Gabinete do
Prefeito, a justificativa do Veto veio exatamente igual nos dois projetos. Num
deles, nós vamos entrar em discussão do mérito, se aceitamos ou não, e
resolvido o assunto sem problema nenhum; um outro, que é esse em questão, antes
de entrarmos na questão do mérito, temos que entrar na questão da forma, porque
está sendo vetada uma coisa que inexiste no Projeto. É evidente que existe o
art. 4º, e estou aqui falando sem se quer olhar o processo. Sei do que se
trata, pois discutimos isso na Comissão com o Ver. Artur Zanella, que foi o
Relator, e o que se faz é a inscrição de um artigo, que não é por redação
absolutamente fiel ao texto que ali está.
Realmente teremos um problema grave para a Casa e para o próprio
Prefeito resolver. Ele veta o que não existe e, ao derrubar o Veto, nós
incluímos no Projeto uma coisa que também não existe, porque sequer foi votado
anteriormente pela Casa. Isso vai gerar uma aberração jurídica que vai acabar
abrindo condições para que o eventual comprador da gleba se faça valer disso
para tirar vantagem, porque ele vai entrar na Justiça, evidentemente, com
alguma ação pela qual nem a multa, nem o juro ou correção monetária vão acabar
sendo devidos pelo comprador.
Quero deixar bem claro, o problema é anterior ao mérito da matéria. O
problema é extremamente formal, mas com uma decorrência jurídica, por que, se
derrubamos o Veto, teremos excluído um texto da lei algo que a Casa
anteriormente não votou e sequer aprovou ou desaprovou.
Neste sentido é fundamental que se mantenha o Veto e, se for o caso,
que o Executivo envie um novo projeto corrigindo a própria lei, mas, se não
repetirmos a votação da semana passada, estaremos criando um problema para a
própria relação que advém do Projeto em relação a um cidadão que é um lindeiro
que quer fazer a aquisição de uma área que lhe interessa e que vai ficar sem
parâmetros do que ele paga para a Prefeitura.
Faço um apelo, inclusive a Bancada do Governo, no sentido de que aceite
o Veto e encontremos imediatamente uma possibilidade de fazer a correção
jurídica necessária. Não estou entrando no mérito da matéria. É simplesmente
uma questão formal, porque, se derrubado o Veto, vai gerar uma conseqüência
jurídica que me preocupa de fato. A questão do mérito está em aberto na nossa
Comissão. O Ver. João Verle tem-nos acompanhado. A questão é que houve Veto
numa coisa que não existe, especificamente, nesse texto da lei. No outro até
ela existe sem problema. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Artur Zanella está
com a palavra para encaminhar.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, como autor do Relatório, do Parecer, eu queria fazer um adendo ao
que o Ver. Antonio Hohlfeldt afirmou. Efetivamente esse fato foi levantado à
época, foi encaminhado à Bancada do Governo, e o Ver. Verle faz parte da
Comissão de Finanças e sabe - nosso
futuro Diretor do DEMHAB. Fui Diretor desse órgão por 5 anos, V. Exa. Se
sentirá muito bem lá.
O Governo Municipal errou ao encaminhar para cá este Veto, o Governo
Municipal copiou a justificativa e copiou o art. 4º de um outro Projeto. Então,
estamos discutindo o Veto a um processo cujo texto é de um outro Projeto.
Estamos votando algo que teoricamente não deveria existir, mas existe.
Encontramos muitas vezes em nossa vida isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
algo que não deveria existir, mas existe. Neste caso veio assinado, passou
pelos órgãos competentes. Acho que será extremamente difícil e indefensável
para esta Casa se este Veto for mantido. Indefensável porque os integrantes da
Bancada do PT sabem que está errado, e isso não pode prosperar, sobretudo
porque traz contra nós – Câmara dos Vereadores – uma pecha muito grande.
Primeiro, de não identificarmos os problemas; depois, de identificado o
problema, ele ser corrigido. Quanto ao mérito do Ver. Antonio Hohlfeldt não
discutiu, mas só vou expor o mérito, não vou defender nem nada. Existe um
Projeto de Lei nesta Casa que determina que as multas sejam de 2%, do Ver.
Milton Zuanazzi. Existe Projeto de Lei aprovado no Governo Federal instituindo
a multa de 2%. A Prefeitura insiste em 10%. A Comissão de Finanças, por quatro integrantes,
menos o Ver. João Verle – justiça aqui ao Vereador do PT – decidiu que ia
propor, em vez de 10% ou 2%, um número intermediário: 5%. O que definimos? Que
faríamos o encaminhamento de 5%, que já foi votado e aprovado para uma série de
projetos. Agora, isso é uma questão de mérito, mas a questão administrativa,
essa não tem escapatória.
Esta Casa não pode aceitar um Veto desse tipo, sob pena de trazer sobre
ela uma desmoralização. Temos que nos dar conta de que existe um Projeto
absolutamente errado para ser votado aqui. E como a Bancada do PT é quem define
as votações, ultimamente, como a Bancada do PT representa o Poder Executivo,
ela que nos ajude a resolver, derrubando esse Veto e depois encaminhando outro
Projeto, definindo que as multas serão sempre de 10%. Agora, os Projetos que
aqui foram aprovados e os que estão vindo são de 5% de multa. Essa é a posição
que eu gostaria que V. Exas. tirassem do dia de hoje: derrubar o Veto por estar
errado o Projeto, e depois, se possível, derrubar o Veto em função de outras
coisas, em função de mérito. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): O
Ver. Edi Morelli está com a palavra para encaminhar o Requerimento de Renovação
de Votação.
O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, a Bancada do PTB votou contra o Ver. Pedro Américo Leal. Este
Vereador presidia os trabalhos na oportunidade, e se recusou a votar, porque
não tinha o que votar, era inexistente o que foi votado. Uma vez, que foi, Ver.
Jocelin Azambuja e Ver. Paulo Brum, xerocado o artigo de um outro Projeto e
trazido para esta Casa, para ser apreciado o Veto de uma coisa inexistente, não
tinha o que votar. Por isso, a posição deste Vereador na oportunidade. Ocupo
esta tribuna por esse motivo e por outro: fazer um apelo à Bancada do PT.
Agora, já se passaram alguns dias, talvez a Liderança da Bancada do PT tenha
colocado ao Prefeito Tarso Genro que ele assinou sem ver o que assinava,
porque, se tivesse consciência do que ele estava assinando, ele não teria assinado,
ele assinou xerox de um outro Projeto para ser apreciado nesta Casa.
O apelo à Bancada do PT é para que este Veto seja derrubado, para que
esta Casa não caia no ridículo, porque não faltará alguém da imprensa
ridicularizando, tem gente na imprensa que só divulga o ridículo desta Casa, só
quando existe alguma coisa fora do comum. Para alguns segmentos vai ser um
prato cheio alardear que os Vereadores votam coisas inexistentes, quando a
Cidade tem tanta coisa para que os Vereadores se preocupem, há tantos problemas
na Cidade e se perde boa parte de uma Sessão Plenária para votar o inexistente.
Simplesmente, porque o Prefeito Tarso Genro assinou sem ler, sem ver o que
estava assinando. Nunca é tarde para o homem reconhecer o seu erro, feliz do
homem que reconhece o seu erro, quando erra. O Prefeito errou em assinar uma
coisa que não existe, mandando para esta Casa para ser votado algo inexistente.
Fica, aqui, portanto, o apelo em meu nome, em nome da Bancada do PTB,
para que esta Casa não caia no ridículo, que a Bancada do PT derrube este Veto,
inexistente, mas que tem que ser derrubado. Muito obrigado, Sr. Presidente,
pela generosa complacência de V. Exa. Em não marcar o meu tempo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede desculpas a V.
Exa. Por não ter marcado o seu tempo; V. Exa sequer usou os cinco minutos.
O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, o papel deste Legislativo está sendo cumprido com muita
propriedade, porque os Vereadores se deram conta de que existe um erro de
encaminhamento. Cabe a nós fazer com que esse erro seja corrigido nos trâmites
regulamentares. Conversando com os Vereadores Antonio Hohlfeldt, João Verle e
Artur Zanella, que são membros da Comissão de Finanças e Orçamento, nós
entendemos o questionamento, agradecemos a esse posicionamento, porque, de
fato, vai corrigir um erro que poderia ser insanável pela situação inusitada
que se criaria.
O artigo 4º, do Projeto de Lei que veio para esta Casa em setembro de
1995, e que foi vetado, dizia: “fica estabelecido, além do juro de mora, multa
de 10% sobre o montante da dívida no caso de atraso das prestações”. Esta Casa
fez uma Emenda, que foi aprovada, e que colocou: “fica estabelecido, além dos
juros de mora, a multa de 10 para 5%”. O Sr. Prefeito e sua equipe entenderam
que deveriam vetar o artigo 4º, porque queriam que permanecesse o juro mensal
de 10%. Entretanto, ao colocar as razões do Veto, transcrevem o artigo 4º com
um adendo que não existia, com algo a mais do que foi votado ou do que deveria
ser vetado, ou seja, além da prestação da multa de 5% sobre o montante da
prestação em atraso, mais juros de 0,5% mensais. Esse tipo de coisa não existia
no Projeto original, nem na Emenda aprovada e está aparecendo nas razões do
veto e no próprio artigo transcrito. Nós entendemos a colocação feita,
conversamos com as Lideranças e demais Vereadores do PT e aceitamos a proposta
feita por alguns Vereadores, de que se derrube o Veto, e que o Prefeito tenha
oportunidade de nos mandar outro Projeto.
Nós só queríamos fazer um apelo, Srs. Vereadores, para que nós
assumíssemos uma postura de tentar ainda este ano aprovar este processo.
Nós concordamos com os Vereadores que nos antecederam e gostaríamos de
dizer ao Ver. Edi Morelli que o Sr. Prefeito é cauteloso e sempre cioso de suas
responsabilidades. Mas é um detalhe, realmente, mínimo que não deve ter sido
lido por V. Exa.!?
Nós aceitamos a proposta e estamos dispostos a votar com a maioria.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mário
Fraga): Em
votação o Requerimento solicitando renovação de votação do PLE nº 64/95, de
autoria do Ver. João Dib. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Comunicamos a V. Exas. que, na próxima semana, receberemos a visita do Sr.
Secretário Estadual dos Transportes, Economista Guilherme Socias Villela, o
qual apresentará o projeto do Cais do Porto aos Senhores Vereadores, juntamente
com o arquiteto vencedor do prêmio. Ficará exposto, no Salão Nobre da Casa, o
Projeto aprovado e as fotos relativas ao Projeto do Cais do Porto. Nós julgamos
interessante fazer a apresentação do Projeto no início de uma Sessão Plenária
na próxima semana e, assim, teremos a certeza da presença dos Senhores
Vereadores em Plenário.
Convidamos os Senhores Vereadores para amanhã, às 17 horas, quando
receberemos o Sr. Prefeito Municipal, Dr. Tarso Genro, que estará encaminhando
o relatório da sua administração a esta Casa.
Gostaríamos de informar que na Quarta-feira, às 18h, será inaugurada a
amostra “Caminhos do Bom Fim”, nesta Casa, juntamente com o Museu Antropológico
do Estado do Rio Grande do Sul e o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. E
no dia 05 de dezembro, a mostra Governo do Estado e Câmara Municipal – “Jango e
o Rio Grande do Sul” - , estava marcada para às 10h e foi adiada para às 18h,
uma vez que o Sr. Governador pediu que fosse alterado o horário, tendo em vista
encontrar-se em audiência com o Sr. Presidente da República em Brasília.
Convidamos o 1º Vice-Presidente da Casa para assumir os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Edi
Morelli):
Requerimento nº 192/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, solicitando Moção de
Repúdio à Emenda Constitucional que autoriza a reeleição do atual Presidente da
República. Em votação. O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para encaminhar.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, demais presentes a esta Sessão.
A Bancada do PC do B tomou a iniciativa desta Moção que contou com o apoio,
se não me equivoco, de 17 Vereadores: além da Bancada do PC do B, do PDT, do
PT, do PPS, do Ver. Pedro Américo Leal, do PPB, e de outras Bancadas.
O objetivo dessa Moção é que esta Casa – no momento em que a nação
brasileira sofre mais um verdadeiro “golpe branco” contra a democracia neste
País; quando, contrariamente a toda a
tradição republicana, se propõe a reeleição do Presidente da República – claro
que, subsidiariamente, se propõe outras eleições, para não dizer que é só para
o Presidente - mas só os ingênuos
acreditam que se está discutindo em “tese” a reeleição...
Na verdade o que está-se fazendo é um projeto casuístico, - similar ao
que fez Fujimori no Peru, similar ao que fez Menen na Argentina, - que pretende
a continuidade do atual Presidente da República, o melhor instrumento que as
elites brasileiras encontraram para levar adiante este projeto neoliberal, de
traição nacional, de retirada dos direitos sociais dos trabalhadores, de
desmantelamento dos serviços públicos, de agressão à democracia. Por isso, é
importante, neste momento que esta Casa tire um posicionamento de repúdio a
esta Emenda.
É interessante lembrar que o mesmo Sr. Fernando Henrique Cardoso, por
ocasião da Assembléia Nacional Constituinte, posicionou-se naquela ocasião, não
só contra a reeleição, mas contra a possibilidade de reeleição sem
desincompatibilização do cargo.
E dizia, naquela ocasião, o Sr. Presidente, - e depois pediu que
esquecêssemos todos os livros que escreveu,
mas como não pediu que esquecêssemos os seus pronunciamentos e os seus
votos, nós vamos relembrar: naquela ocasião o Sr. Fernando Henrique Cardoso
argumentou, com rara felicidade, que permitir a reeleição com o mandatário no
próprio posto era viabilizar o uso da máquina pública!
Agora, esquecendo e renegando o que pensou outrora, ele propõe ao povo
brasileiro uma Emenda para que ele se mantenha no “trono”, porque hoje ele é um
“imperador”, que mediante Medidas Provisórias está alterando toda a Legislação
do País!
Pois existe medida provisória com mais de dois anos, como a do Plano
Real...Quer dizer, não existe Parlamento neste País. Tudo aquilo que foi
conquistado na Revolução Inglesa, o Primeiro Parlamento, o poder de decisão dos
representantes do povo, não existe no Brasil. porque o “Imperador” Fernando
Henrique Cardoso, através de mais de 700 medidas provisórias, legisla pelo
Parlamento Brasileiro! Pois bem, naquela ocasião o Sr. FHC defendeu que era uma
imoralidade permitir a reeleição, mantido no cargo executivo o seu mandatário.
Pois bem, além desta imoralidade, deste casuísmo nós verificamos que toda a
máquina pública do Governo Federal está a serviço desta Emenda. Os graves
problemas do povo são esquecidos, são esvaziados e todo dia é empresário que
vai lá, é claro o circo é montado: “Os empresários querem que o senhor
continue.” Até a sua esposa veio aqui
dizer que do ponto de vista social estava tudo, equacionado no Brasil” e
que ela era a favor da reeleição do Presidente... O Sr. Kandir vai para o parlamento
e diz o seguinte: “Se for reeleito o FHC o crescimento do PIB brasileiro será
de 9% ao ano”...
Então, além de um “golpe branco” contra o nosso povo, essa Emenda
significa colocar, desde hoje, a máquina pública a serviço do Sr. Presidente da
República.
Por tudo isso tenho certeza que esta Casa se posicionará através desta
Moção, favoravelmente ao repúdio à Emenda de reeleição sem
desincompatibilização. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Raul Carrion, no
início do seu pronunciamento V. Exa. disse que a Moção já contava com dezessete
assinaturas, mas tem dezesseis, apenas para esclarecer.
O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é triste e melancólico se contemplar no País a luta pela reeleição
do Presidente da República. Todos nós estamos acostumados a não vermos as
regras do jogo serem mudadas em plena partida. Até nos campos de várzea, nos
lugares modestos, onde os clubes sem menos titularidade se encontram em
disputas românticas se respeita essa regra inabalável. Não se mexe,
absolutamente, as coisas são pontuadas para serem observadas. E o Presidente da
República parece que numa euforia, numa loucura injustificada, como que tomado
por uma febre de poder, quase que exige sua reeleição.
Eu conversava com o Dep. Jarbas Lima, meu amigo particular, que me
dizia que por um capricho foi revolver nos nichos da Comissão de Constituição e
Justiça e lá encontrou pronunciamentos do Senador Fernando Henrique Cardoso
contra a reeleição. Veementemente contra a reeleição! Por que agora, esse
homem, esse Presidente postula a sua reeleição e quase subjuga o Congresso que,
até certo ponto, me envergonha. Um Congresso composto de Senadores, de 523
Deputados, completamente subjugado pela vontade do Presidente. Onde é que nós
estamos? Que Brasil é este? Nos tempos da Ditadura, do Regime Militar, nós não
fizemos a reeleição, não reelegemos nenhum General. Nós mudávamos generais, mas
não reelegíamos. Silêncio absoluto no Plenário! Ninguém tem nada para me dizer!
Ouço lá a voz do Ver. Dilamar Machado, que não poderia deixar de vir. Diz ele
que aguarda, mas aguarda o quê? Nenhum dos generais foi repetido e o Presidente
Fernando Henrique quase que impõe a sua reeleição, e o Congresso, subjugado,
procurando uma forma de satisfazer a Sua Alteza Imperial, por quê? Onde está o
Congresso Brasileiro? Nós somos governadores por susto. A Medida Provisória é
um susto; é um susto aqui, é um susto ali, é um susto acolá! Pá, pá, pá, um
susto! Que Brasil é este? Por isso se lutou pela democracia. Não sei prá quê!
Que democracia é essa que o Presidente da República faz o que bem entende
através de medidas provisórias? Só se tem a liberdade de ir e vir que nunca foi
sacrificada no tempo do Regime Militar. Se podia ir, se podia vir contando que não
se antagonizasse o poder.
Vejo com muita tristeza esse Brasil que está aí, um Brasil em que as
medidas provisórias permitem até pensar em trocar a Vale do Rio Doce pela sua
reeleição! Vamos modificar, vamos dar uma riqueza das entranhas nacionais por um
título de imperador, S. Alteza Imperial Fernando Henrique Cardoso. Façam a
troca, Vereadores; façam a troca, brasileiros e sejam muito felizes! Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, nós estamos votando Requerimento do Ver. Raul Carrion, que
manifesta repúdio à Emenda Constitucional que visa a reeleição do atual
Presidente da República, desde que se desincompatibilize com o cargo que ocupa.
Eu presumo, Sr. Presidente, que nós estejamo-nos precipitando na
votação contra a proposta constitucional que ainda não existe, porque a que
existe, que está sendo discutida no Congresso Nacional, simplesmente, permite a
reeleição para Presidente da República, prefeitos, retira a cláusula que
impede, na Constituição Brasileira, a reeleição dos Presidentes da República,
dos governadores e prefeitos municipais, não tratando do problema da
descompatibilização, e remetendo, evidentemente, esse assunto para a Legislação
Ordinária que alguém deverá, sobre ela, se debruçar.
A matéria, Sr. Presidente, discutida na Casa, com o vigor dos
pronunciamentos dos Vereadores que me antecederam, justifica o pronunciamento
de minha parte. Em verdade, o primeiro signatário da Emenda, que propõe a
permissão da reeleição, é um integrante da Bancada do Partido da Frente
Liberal, que é, absolutamente, coerente nessa proposta, na medida em que o seu
programa prevê essa possibilidade. Obviamente, a nossa proposta fica ajustada com
o nosso discurso passado, presente e futuro.
Eu não vejo, Sr. Presidente, pessoalmente, nada que possa permitir que
se escolha uma proposta dessa natureza como um ato que reduza, que enfraqueça, que diminua, o processo democrático,
na medida em que aquelas democracias, que são decantadas com as mais avançadas
do planeta, praticam a reeleição sob os aplausos do universo. Não houvesse a
Constituição Francesa, que baliza o pensamento político, ao longo tempo porque
percorreu a humanidade, permitindo a reeleição, o socialista François
Miterrand, não seria Presidente da República Francesa, por tanto tempo. Não
houvesse essa possibilidade de reeleição em vários países da Europa, inclusive
em vários outros países da América, não haveriam de ter sido reconduzidos à
presidência dos seus respectivos países vários personagens da vida pública
universal que são obviamente merecedores de todo o respeito e de tanta
admiração. Aliás, os comunistas, estranhar a reeleição, considerar um ato
antidemocrático, é condenar o seu próprio discurso que, entre outras coisas,
aplaude o seu último remanescente: Presidente ou I Ministro de Cuba Fidel
Castro, que, desde a instalação da revolução, é supremo comandante da República cubana, que é apontado pelos
comunistas, como um grande exemplo de democracia popular.
Então Sr. Presidente, não me surpreendo com o pronunciamento do Ver.
Pedro Américo Leal, sabidamente solidário com a candidatura do Prefeito de São
Paulo Salin Maluf à Presidência da República, que não quer a reeleição numa postura
política, legítima, respeitável, que a ninguém surpreende. Todos sabem das
posições do Verereador; eu até divirjo dele, quando diz que a Revolução não
promoveu a reeleição de nenhum dos generais da República no que cometeu um
erro, porque a Revolução deveria ter reeleito, para felicidade deste País, o
Presidente Marechal Humberto Alencar Castelo Branco. Foi um grande erro da
Revolução Brasileira.
Por isso, quero dizer, com toda tranqüilidade, que é fácil se antever,
numa Câmara constituída por partidos políticos que foram contrários à reeleição
do Presidente Fernando Henrique, que se tenha uma manifestação contrária à
possibilidade de ele ser reeleito. Ora, quem não quis vê-lo eleito, com muito
mais razão não quer vê-lo reeleito.
O que precisa ficar claro é que o ato que propõe a possibilidade da
reeleição de Presidente da República, de governador do estado, de prefeito de
capital, é um ato da mais legítima democracia e não esse ‘bicho papão” que
estão falando por aí, porque, permitir se reeleger, não quer dizer que se
assegura uma reeleição. O que assegura uma reeleição é o voto popular. Com
reeleição ou sem reeleição, aqui não é Cuba, onde o Presidente da República ou
I Ministro ficou quanto tempo quiserem sem eleição. Aqui, aprovada a reeleição,
para que o Fernando Henrique, ou o Antônio Britto, ou o Mário Covas, enfim, os
beneficiários, venham usá-la, é preciso que o povo vá às ruas e diga “sim”.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa apela aos Srs.
Vereadores que observem os tempos regimentais. O Ver. Dilamar Machado está com
a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores a questão não é, Ver. Raul Carrion, repudiarmos ou não o que permite
a reeleição do atual Presidente, dos atuais governadores e dos eleitos
prefeitos no dia 03 de outubro ou 15 de novembro. A questão é muito mais
profunda.
Enquanto o povo brasileiro estiver distraído, satisfeito, alegre,
emocionado com Moções de Repúdio, a questão fundamental desta Nação é
esquecida. De que forma o povo brasileiro poderia dar ao Sr. Fernando Henrique
Cardoso uma resposta democrática? É confrontando-se com ele em uma eleição,
porque toda essa história de globalização da economia, Ver. Lauro Hagemann, nós
de cabelos mais brancos e mais experiência de vida, sabemos que a chamada
globalização da economia teve por base o Partido Nacional Socialista Alemão, o
Partido Nazista. Foi o nazismo, Ver. Pedro Américo Leal, através da figura
abominável da história da humanidade, Adolf Hitler, que lançou as bases da globalização
da economia. Como ele não conseguiu através da teoria, da dialética, ele foi
para a invasão. Ele invadiu a Polônia, a França, ele não invadiu a Inglaterra
porque encontrou do outro lado uma figura mais bem preparada que ele, gordinho
simpático, que vivia com o charuto na boca, mas que era um gênio,
estrategicamente falando, Winston Churchil.
A globalização da economia, Ver. Raul Carrion, é o grande problema
atual desta Nação. Não devemos mais perder tempo repudiando manobras da elite
do Congresso. Nós temos que partir para a prática, para a ação, para o
confronto democrático. Se ainda resta em nós um pouco de democracia, o Cel.
Pedro Américo Leal foi uma figura admirável do ponto de vista humano, fez um
discurso altamente inflamado contra o “golpe branco”. O Ver. Raul Carrion usou
a expressão: “não sei qual seria a outra cor do golpe” com a emenda da
reeleição. Há pouco tempo tivemos um episódio de um militar, daqueles que não
eram eleitos, que, durante muito tempo, foi conduzido ao mais alto comando da
nação apenas por decreto, por nomeação. O General João Batista Figueiredo
gostou tanto do poder que nem fez emenda à reeleição: esticou o seu mandato por
mais dois anos. Seu mandato foi de seis anos, e não precisou de emenda. Claro,
a guerra era muito forte.
V. Exa. há de convir que, para quem pensava que como V. Exa, na época,
o General Castelo Branco deveria ficar mais algum tempo no poder, mas não
ficou. Tiraram-no do poder; misteriosamente, ele desapareceu no ar: foi
pulverizado por um avião a jato. Ele foi eliminado fisicamente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece que, por
omissão, não foi marcado o seu tempo. A Mesa para se penitenciar com V. Exa.
defere mais cinco minutos e mantém a relação cordial que mantém com V. Exa e
com os demais Vereadores.
O SR. DILAMAR MACHADO: Entendo, como cidadão deste
País, como integrante da mais sofrida classe social brasileira, a classe média,
que está sendo esmagada, triturada pelo sistema econômico. Em nome do homem do
campo, as cidades do interior estão morrendo, a Fronteira Oeste do Rio Grande
do Sul é hoje um deserto, as reportagens mostram na televisão, no rádio, nos
jornais. Quem visitar São Borja, Iraí, Uruguaiana, Itaqui, Quaraí, Livramento,
São Gabriel, Rosário, Cacequi, Dom Pedrito, Bagé, encontrará cidades
moribundas, Acabou a Fronteira Oeste do Rio Grande, o campo secou, é um
escândalo o que acontece na agricultura deste País.
Hoje, na televisão, apareceram muitas pessoas, da classe média alta,
numa fila, para entrar em cursos profissionalizantes. A população está perdendo
rumo, está ficando sem condições de sobrevivência. O dinheiro desapareceu da
nação brasileira, vejo, talvez, o mais trágico momento da nossa população. Para
quem estuda os momentos históricos da humanidade há uma verdade inquestionável,
a fome bate no campo, Acabou. Eu tenho uma tese, acho que, deliberadamente, o
neoliberalismo, a globalização da economia está transformando o nosso País num
quintal das grandes potências.
Já disse, daqui da tribuna, dentro de 2 ou 3 anos o Grupo Zafarri,
Dinosul, Nacional, Febernatti, todos estarão nas mãos das multinacionais de
alimentação, um já foi, daqui a 2 anos o grupo JOPAR, o grupo Carrefour e mais
um norte-americano cujo nome não me recordo, pertence ao grupo Souza Cruz,
estarão dominando todo o setor de alimentação no Brasil, Porto Alegre, Rio
Grande do Sul.
Quando isso ocorrer acabarão as ofertas, acabarão as promoções, haverá
um monopólio daquilo que há de mais importante para a classe média brasileira,
a comida para seus filhos. Esse é o quadro brasileiro.
Se nós tivermos consciência do que ocorre no Brasil, não devemos perder
tempo, aprovando Moção de Repúdio contra a Emenda. Para que Nação brasileira, para que as esquerdas se
organizem, é necessário que tenham um candidato único, e tenham a inteligência
mínima de não polemizar as oposições. Tenham um candidato capaz de confrontar,
diretamente, o neoliberalismo, e o Sr. Fernando Henrique Cardoso. A melhor
receita para chegarmos ao poder, Ver. Fontana, é enfrentarmos Fernando Henrique
Cardoso, e não repudiarmos uma eventual reeleição. Se ele tiver competência se
reelege, se não perde. Se não houver reeleição, haverá sempre uma forma, neste
País equivocado, de que alguém represente, através do poderio da Rede Globo, o
pensamento atual grupo dominante.
Por essa razão, expliquei ao Ver. Carrion que não é que eu seja a favor
ou contra a reeleição, essa é a questão menor. Nós estamos ajudando àqueles que
querem fazer a manobra diversionista de distrair a Nação com uma Emenda para a
reeleição e fazer com que esqueçam os demais problemas que hoje enfrenta a
população brasileira. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está
com a palavra para encaminhar.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. O assunto a que se refere o Requerimento que estamos votando é de
suma importância. O Ver. Dilamar Machado foi muito feliz quando disse que nós
não estamos contra atese da reeleição. A reeleição é uma coisa que se pode
admitir, só que no presente caso há um casuísmo. A reeleição do Presidente
Fernando Henrique Cardoso é, nas palavras do Ver. Dilamar – e eu já havia
mencionado isso aqui -, um derivativo que se pretende para distrair a opinião
pública brasileira dos aspectos mais graves da nacionalidade. O meu Partido, o
PPS, não é contra a reeleição como tese, é contra nos moldes em que ela sendo
colocada e pretendida. Preconizamos a aprovação da Emenda da reeleição, e um
plebiscito em nível nacional, para se dizer, quando é que essa reeleição deve
vigorar: se para esse governante, ou se para os próximos governantes.
A tese da reeleição e a tese contrária à reeleição, hoje, está servindo
a uma divulgação direitista de péssimas perspectivas. Com isso, se distrair a
opinião pública de um aspecto importantíssimo da vida nacional. O Brasil é um
dos países que detém maior cabedal de recursos agrícolas do Planeta e a nossa
agricultura está sendo relegada a um plano secundário, por falta de uma
política oficial. A começar pela redistribuição de terras, que é um aspecto
ínfimo da produção nacional de grãos. O Brasil está perdendo a sua condição de
sentar-se à mesa das negociações internacionais com o cacife de maior produtor
de grãos do mundo. Nós estamos perdendo essa condição; a nossa fronteira
agrícola está diminuindo; estamos perdendo a capacidade de produzir grãos, que
cai a cada ano que passa. E, em caindo a produção de grãos, cai a nossa
possibilidade de sentarmos à mesa de negociações internacionais com um cacife
respeitável.
O mundo carece, hoje, de alimentos, e o Brasil tem todas as condições
para responder a isso. Há dias a Vera. Clênia Maranhão dizia da tribuna,
relatando a sua viagem à China, que, aquele País que tem que alimentar um
bilhão e quase 200 milhões de habitantes, tem apenas 10% de suas terras agricultáveis.
O Brasil tem uma percentagem muito mais elevada, e dispõe de 160 milhões de
habitantes. Nós podemos, racionalmente, alimentar a metade do mundo, e com isso
aumentaria a força política do Brasil nas suas mesas internacionais. Isso os
nossos governantes não estão vendo. E estamo-nos distraindo com essa história
da reeleição.
Hoje, estamos aqui mais uma vez clamando por uma montadora de
automóveis. Isso é o tipo de indústria que não nos interessa diretamente. Vem
criar complicações. O governador do Paraná Jaime Lerner está as voltas com um
problema muito sério, instalou a Renault e os empresários não querem arcar com
o compromisso que ele assumiu com a Renault de vários milhões de dólares,
deram-se conta do engodo, porque uma montadora, hoje dada a nova relação de
produção, não é mais aquela fornecedora de empregos que parecia antes. A linha
de produção fordiana terminou: o robô, o computador, a terceirização estão aí.
Pr isso, Srs. Vereadores, eu encaminho favoravelmente a aprovação do
Requerimento do Ver. Raul Carrion contra a reeleição nos moldes em que ela está
colocada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOLFELDT: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Depois de tanto tempo em que Moções são aqui apresentadas apenas
como fixação de posições e não como debate político, nós, enfim, conseguimos
ter uma Moção que abre espaço para um debate político real, porque, vejamos
senhores que independentemente da posição final de ser contrário ou a favor da
reeleição, uma série de nuances surgiram dos diferentes discursos que aqui
foram feitos pelas lideranças partidárias. Não ouvi todo o discurso, por
exemplo, do Ver. Pedro Américo Leal e não sei se entre os motivos reais, aqui
expressos por V. Exa, para ser contra a reeleição está o da defesa dos
interesses do Prefeito Maluf, de São Paulo, que é, evidentemente, o candidato à
presidência pelo seu Partido. O senhor deveria ter falado, Ver. Pedro Américo
Leal, porque certamente essa é a linha diretiva do PPB em nível nacional.
Eu não ouvi aqui, por exemplo, de outros partidos, levantarem questões
de que têm preocupação e que de fato terão que resolver os problemas nos seus
próprios partidos que certamente também têm nomes à presidência da República, e
que talvez a possibilidade da reeleição coloque o nome do Sr. Fernando Henrique
Cardoso praticamente como nome imbatível.
Quero dizer que, sobretudo como membro do PSDB, tenho dito e repetido
por diversas vezes que sou contrário à tese da reeleição nesse momento. E não é
pelos seus motivos, Ver. Carrion, e também não vou assinar a sua Moção, e se
votar, nos termos em que se encontra redigida, voto contra. Sou contrário por
dois motivos. Em primeiro lugar, porque acho de fato que propor a reeleição
para quem já tem mandato neste momento, e está exercendo, é realmente casuísmo.
E nisso me parece que boa parte de nós está de acordo. Agora, não acho casuísmo
e nem acho que seja tergiversar o assunto, o que se propuser para presidência
da República obviamente valha para governadores e prefeitos. Casuísmo seria de
fato se propuséssemos a reeleição só para um nível e eliminássemos os outros.
Se vai haver festa, vamos fazer festa para todo mundo. Agora, do meu ponto de
vista, de um membro do PSDB, que lê e defende o manifesto partidário, o meu
principal motivo de oposição à reeleição é que a proposta como está redigida
quebra o parâmetro e o mandato partidário do PSDB. Porque o PSDB é
parlamentarista e se a Emenda viesse agregada a uma reeleição e a uma
modificação do sistema para o parlamentarismo, eu acho que não haveria nada a
se colocarem contrário. Porque faríamos, talvez, grande salto de qualidade na
reorganização política do País. Nós teríamos um Presidente reeleito, sim mas
teríamos a variação de poder que é a contrapartida possibilitada pelo Primeiro
Ministro, que é o que é pregado pelo parlamentarismo.
Ocorre que o Sr. Fernando Henrique Cardoso, Presidente, em nome do PSDB
ao aceitar a tese de uma reeleição pura e simples, no modelo presidencialista,
afasta-se do programa do PSDB; afasta-se do compromisso que tem com o seu
partido. E se podemos aceitar, compreender e tolerar que muitas das medidas às
vezes colocadas em ação pelo governo, não sei exatamente as posições do PSDB,
porque o governo não é um governo do PSDB, mas de uma coalizão de partidos e
onde alguns partidos tem tido o pouco nacionalismo de participar das
discussões, preferindo lavar as mãos num discurso puro e simples de
oportunística oposição. Não se justifica neste caso da tese da reeleição, que o
próprio Presidente não pressione o seu Partido, os seus aliados, no sentido de
chegar, de fato, a uma reeleição, mas com a modificação do sistema, com o
Parlamentarismo. Isso faria bem para o Brasil, sem dúvida nenhuma, já que as
duas vezes que nós discutimos esta questão, discutimos premidos por
circunstâncias muito específicas: o período Jango e o período recente, anterior
a estas próprias eleições presidenciais.
Portanto, perde o Brasil, uma vez mais, neste debate, a possibilidade de aprofundar uma questão que eu acho que, até hoje, tem sido examinada com muita ligeireza, a questão do modelo, presidencialismo ou parlamentarismo. E é por isso que eu sou contrário à reeleição, mas não pela Exposição de Motivos do Ver. Raul Carrion. Em conseqüência, não voto favorável a esta Moção. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Henrique Fontana está
com a palavra para encaminhar.
O SR. HENRIQUE FONTANA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu concordo com aqueles que dizem que estamos fazendo um debate
político importante, nesta tarde, na nossa Câmara de Porto Alegre.
Eu observava com atenção o discurso do Ver. Reginaldo Pujol, que
defende a reeleição. Eu não estou aqui para fazer a defesa de um candidato à
Presidência da República de outro Partido que não o meu.
Mas o Ver. Reginaldo Pujol dizia: o Ver. Pedro Américo Leal está
defendendo uma posição contrária à reeleição, porque está interessado em
facilitar os caminhos da candidatura do seu eventual candidato a Presidente,
Paulo Maluf. O interessante é que esta análise do Ver. Reginaldo Pujol não leva
em conta o fato de que aqueles que defendem a reeleição podem muito bem estar
defendendo o interesse do seu candidato à Presidência da República. Aliás, o
mínimo que o discernimento político nos indicaria seria o seguinte: que todos
nós tenhamos a absoluta convicção de que, quando se faz um debate político
desta envergadura, não está-se debatendo um tema dentro de uma aula de Ciência
Política a respeito de vantagens ou desvantagens da reeleição. Ao contrário,
está-se fazendo um debate político dentro de uma conjuntura política específica
e, portanto, um debate que tem todo o casuísmo dessa conjuntura política, senão
o atual Presidente da República aceitaria o desafio mínimo que seria o de
submeter a sua tese, que ele diz que é uma tese boa para o País, ao plebiscito
nacional. Seria o mínimo que o debate democrático exigiria. Mas o Presidente da
República não quer fazer isso, ao contrário – e está correto aqueles que dizem
isso, que não estamos falando de uma tese política, corretos, que eu digo, são
todos os que lêem jornais nos últimos 30 dias que sabem que os grandes
problemas desta Nação são muito diferentes do problema de ter, ou não
reeleição, e que as grandes prioridades desta Nação passam muito distantes da
questão da reeleição, ou não.
Ao contrário, assistimos um Governo que, deliberadamente, por vontade
política, colocou como ponto número um da pauta política a reeleição. Esse é um
movimento político, não uma tese, um movimento concreto, e um movimento que
visa a retirar o País do debate das questões fundamentais, que são suas
prioridades, mas mais do que isso, o Presidente da República tem nos brindado
com uma série de movimentos da mais alta desqualificação, porque está todos os
dias em todos os jornais a forma como está sendo debatido o assunto da
reeleição, as vantagens, desvantagens e barganhas que são buscadas em
determinados setores para apoiar ou não a reeleição.
Seria preciso que o Ver. Pujol, que fez a defesa da reeleição, viesse
aqui colocar-se contra esse tipo de barganha dizer que não aceita isso em
nenhuma hipótese. Quando nós olhamos bem para o que está acontecendo no País
hoje, caindo aos pedaços, e as cinco grandes prioridades que o Presidente da
República assumiu durante a campanha completamente destruídas, o emprego se
perdendo a cada dia, a saúde num caos, a educação que não engrena, e o
Presidente dizendo que o grande problema do País é que não é possível haver a
reeleição. Se esse Projeto que está sendo implantado pelo Sr. Fernando Henrique
tem tanto apoio popular como ele acha que tem ou como alguns defensores acham
que tem, eles poderiam apresentar um outro candidato que representasse esse
projeto político e dissesse o seguinte: “eu estou aqui como candidato à
Presidência da República para suceder o projeto político do Sr. Fernando
Henrique Cardoso. Aqueles que apoiam este projeto votem em mim, porque eu vou
continuar fazendo exatamente o que o Fernando Henrique está fazendo”. Agora, o
jogo é que existem claros indícios do uso da máquina pública para aprovar a
Emenda da reeleição, o que se diria para, eventualmente, disputar e ganhar uma
eleição! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, um dos argumentos utilizados nesse Requerimento apresentado pelo
Ver. Raul Carrion é o do uso indevido da máquina pública que propiciaria a
reeleição.
Eu digo aos Senhores que sob esta ótica nós não poderíamos perder de
vista o enfoque das eleições municipais de
Porto Alegre nos últimos anos. Em 1998 houve eleição do Prefeito Olívio
Dutra, Vice-Prefeito Tarso Genro e o comentário não é meu, é da Cidade, do
País, quem governa Porto Alegre em 1989, 1990, 1991, 1992 era o Sr. Tarso
Genro, de acordo com os comentários que ouvi nesta Cidade e nesta Câmara. Ora,
esta possibilidade do uso da máquina, será que não foi possível com a
candidatura do Sr. Tarso Genro para Prefeito de Porto Alegre, ele que era vice?
Usaram a máquina ou o PT não usa a máquina? Só os outros partidos que usam. O
Prefeito Tarso Genro, Vice-Prefeito candidato à Prefeitura, será que não foi
usada a máquina? Eu quero saber é dos Vereadores de oposição, que freqüentaram
as Secretarias, que estiveram nas obras realizadas pelo PT, que estiveram
visitando as discussões do Orçamento Participativo ou ficaram sabendo delas,
com a participação de Vereadores do PT e candidatos petistas. Quero saber se
esses candidatos não se locupletaram com o uso da máquina.
Acredito, Ver. Raul Carrion, que os argumentos que V. Exa. coloca no
seu Requerimento para repudiar aquilo que acontece atualmente em Brasília
deveriam servir também para engrossar o seu Requerimento, colocar algumas
linhas a mais e também repudiar aquilo que vem acontecendo em Porto Alegre nas
últimas eleições. O uso da máquina, é claro que fez-se sentir. Ou alguém aqui,
em sã consciência, vai dizer que o PT não usou a máquina para se eleger? Ou 5
milhões gastos em publicidade, em propaganda neste ano de 1996 não significam
absolutamente nada para ninguém? E o “Cidade Viva”, que era a menina dos olhos
do PT até julho? Atualmente não existe mais. Votem a favor do Requerimento do
Ver. Raul Carrion! Curvem-se ao PT, mais uma vez! Curvem-se àqueles que defendem
que aqui em Porto Alegre pode tudo, fora de Porto Alegre não pode nada. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Não havendo mais Vereadores inscritos para encaminhar, em votação o Requerimento de Moção de Repúdio à Emenda Constitucional que autoriza a reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso. O Ver. Edi Morelli solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 16 votos SIM, 09 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Requerimento nº. 21/96 Vera. Helena Bonumá, solicitando seja tornado sem efeito Requerimento de Licença para tratar de Interesse Particular na Sessão no dia 18.10, entregue por engano juntamente com atestado médico.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, este é o Requerimento da Vera. Helena Bonumá?
O SR. PRESIDENTE: Sim, Vereador.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Havia uma solicitação de
Parecer da Procuradoria da Casa e é por isso que não votamos o Requerimento na
outra Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Há sim, Vereador. A Mesa
passa a ler o Parecer da Procuradoria da Casa. (Lê.)
“Vem a esta Procuradoria, para manifestação, consulta do Sr. Presidente
da Casa, quanto à legalidade do Requerimento apresentado pela Vera. Helena
Bonumá, solicitando seja tornado sem efeito o pedido de licença para tratar de
interesses particulares, aprovado pelo Plenário em 18.10.96, e que lhe seja
concedido, naquela data, licença para tratamento de saúde, nos termos do art.
218, inciso I do Regimento da Casa, conforme atestado médico fls. 02 dos autos.
Informa a Requerente que o pedido de licença para tratar de interesses
particulares fora entregue por engano juntamente com o atestado médico.
A concessão de licença para tratar de interesses particulares é ato
submetido à deliberação do Plenário (art. 218, § 5º), sendo que seu
desfazimento, via de conseqüência, compete a este Órgão Colegiado.
Em vista do atestado médico constante dos autos, entendo que não há
impedimento de ordem jurídica para que seja tornada sem efeito a licença para
tratar de interesses particulares e que, por conseguinte, seja concedida
licença para tratamento de saúde com base no art. 218, inciso I, do Regimento
deste Legislativo.
É o parecer, s.m.j.
Em 08.11.96”
Portanto, quem fez ato, só
aquele que o fez, poderá desconstituí-lo.
Nesse sentido, colocamos em votação o Requerimento. Ver. Reginaldo
Pujol, a Mesa informa a V. Exa. que não cabe discussão, mas lembra que cabe
encaminhamento por parte da Bancada de V. Exa. Para encaminhar, o Ver.
Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, de certa forma é até constrangedor discutir essa matéria, mas é
necessário tendo em vista a manifestação da douta Procuradoria que coloca no
seu Parecer que a concessão da Licença para Tratar de Interesse Particular é
ato submetido à deliberação de Plenário, artigo 218, parágrafo 5º, sendo que o
seu desfazimento, via de competência, compete a este órgão colegiado, em vista
do atestado médico constante nos autos. Entendo que não há impedimento de ordem
jurídica para que seja tomado sem efeito a licença e que, por conseguinte, seja
concedido Licença para Tratamento de Saúde com base no art. 212, inciso I, do
Regimento deste Legislativo. O que quero assinalar, Sr. Presidente, é que diversamente da manifestação da
Procuradoria, não foi esse Plenário que provocou esta situação que agora se
busca corrigir. Esse Plenário foi colocado diante de uma alternativa de
deliberar sobre uma matéria que lhe foi encaminhada. O Plenário simplesmente
decidiu, diante do pedido que era expresso e submetido, porque assim determina
o Regimento, e respondeu que sim. A esse Plenário não cabe desfazer nenhum ato
anterior; não tenho porque desfazer o ato que eu pratiquei, porque eu não
cometi erro nenhum. Diante da mesma situação renovada eu votaria novamente
concedendo a licença, porque é um direito que cabe, a qualquer um dos nossos
colegas – todos podem requerer a Licença para Tratar de Interesse Particulares
-, e cabe a nós concedermos aquilo que estranhamente o Regimento submete à
deliberação do Plenário, posto que o que deveria submeter é a deliberação
quando a Licença é para Tratamento de Saúde, uma vez que a Licença para
Interesse Particulares isenta de ônus o Legislativo e faz com que o substituto
do Vereador em licença seja remunerado da mesma forma que o titular seria se
estivesse no exercício do mandato, ao contrário da Licença para Tratamento de
Saúde, em que o licenciado e o substituto são remunerados.
Quando eu votei favoravelmente à licença da Vereadora requerente, o fiz
convencido de que essa era a vontade da requerente e que, submetido ao meu
arbítrio, teria que decidir se concordava ou não. Concordei. Acho que é um
direito que ela tem de se licenciar tanto para tratamento particular quanto
para tratamento de saúde. Só que na segunda hipótese, diz o regimento que eu
não tenho que deliberar; o Presidente delibere sozinho. Não cabe a mim dizer
que no dia, em tese, a Vereadora estava em licença para interesse particular ou
em função de saúde. Se é em função de saúde, quem tem que deliberar é a
Presidência, que acata ou não mediante os documentos que foram acolhidos. Se é
para interesse particular, diz o Regimento que eu tenho que votar. Votei e
votaria mais uma vez da mesma forma. Não cometi nenhum erro, não tenho que
desfazer nada que eu fiz, por conseguinte, acho que é absolutamente
desnecessário submeter ao Plenário, voltar atrás uma decisão, que ele tomou,
dentro de suas prerrogativas de forma legítima, clara e de forma transparente.
O assunto não tem sequer – no meu entendimento – necessidade de ser submetido
ao Plenário que, não cometeu erro, não tem que desfazer o erro que não cometeu.
Era isto, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa esclarece aos Srs. Vereadores quanto a questão do Requerimento sobre Licença de Interesse Particular que, quem reconhece que houve equívoco, foi a própria Vereadora que o encaminhou mal e isto é perfeitamente normal, acontece. Portanto, como houve a votação, a Procuradoria entendeu que só aquele que autorizou pode desautorizar. Por esta razão se encontra em Plenário o presente.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. APROVADO.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): V. Exa. está dando uma explicação e coloca em seguida, eu estou com
dois na minha frente e não tive tempo de me dirigir à Mesa.
O SR. PRESIDENTE: Em primeiro lugar, V. Exa.
não está se dirigindo regimentalmente a essa Presidência.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Eu peço escusas a V. Exa., mas é a única maneira que eu tenho de
chamar a atenção da Mesa, eu estou atrapalhado com dois Vereadores a minha
frente, querendo me inscrever, querendo ouvir a explicação que V. Exa. dava e,
imediatamente, passou a votação e não deu para me inscrever. Requeiro, se
possível, respeitosamente, a V. Exa. a
minha inscrição para o encaminhamento do Requerimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, requeiro
verificação de votação.
O SR. EDI MORELLI (Questão
de Ordem):
Eu faço um apelo aos colegas Vereadores, nós temos um importante orçamento para
ser votado e perdemos meia tarde por causa de Moção de Repúdio e, agora, um
Requerimento da Vera. Helena Bonumá.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe como Questão
de Ordem o que V. Exa. formula.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que colha os votos dos Srs. Vereadores.
(Ë feita a chamada nominal para a votação)
A SRA. HELENA BONUMÁ
(Questão de Ordem): Gostaria de mudar o meu voto, em função de estar envolvida diretamente
com a questão, para abstenção.
O SR. PRESIDENTE: (Após a chamada.) APROVADO o Requerimento da Vera. Helena
Bonumá, por 24 votos SIM, 02 ABSTENÇÕES. Eu registro, para fins de
apregoamento e para registro nos livros da Casa, o deferimento da Licença para
tratamento de Saúde do dia 18 de outubro d 1996, na forma da Lei.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)
Passamos à discussão Geral e Votação do PLE nº 49/96.
O SR. JOÃO VERLE
(Requerimento): Antes de iniciarmos a votação dos Requerimentos, eu quis formular um
Requerimento para estabelecer uma ordem de votação dos Orçamentos. V. Exa.
disse que, tão logo entrássemos na votação dos processos e Projetos de Lei, eu
poderia fazer o Requerimento. Agora, V. Exa. me concedeu a palavra antes de
anunciar a votação. Vou, brevemente, justificar, embora isso seja
anti-regimental. Sugiro que V. Exa. submeta ao Plenário a votação na seguinte
ordem: primeiro, o Orçamento do DMAE, que tem uma única Emenda; em segundo
lugar, o Orçamento do DEMHAB, que terá duas votações em razão dos destaques que
fizemos; por último, o Orçamento da Centralizada, que terá 16 votações. Para
simplificar: a Emenda de um orçamento nada tem a ver com a Emenda de outro.
O SR. PRESIDENTE: Está claro o Requerimento
de V. Exa., Vereador.
Em votação....
O SR. REGINALDO PUJOL
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de ouvir o resumo do Requerimento do Ver.
João Verle, porque não o entendi e não me sinto em condições de votar.
O SR. PRESIDENTE: É matéria vencida,
Vereador.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, o Ver. João
Verle estava falando, enquanto V. Exa. conversava com outra pessoa. De repente,
é colocado em votação não se sabe o quê. Eu não vou votar sobre o que não
conheço. Se o Requerimento do Ver. João Verle vai ser votado no atropelo, eu
peço que fique registrado o meu voto contrário.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, não foi no
atropelo, mas para que isso fique plenamente caracterizado, a Mesa declara nula
a presente votação. O Requerimento do Ver. João Verle tem o seguinte teor: que,
primeiramente, se vota a matéria orçamentária da folha 30 – DMLU; depois, a
matéria de folha 31 – DEMHAB e, por último, o orçamento da Centralizada, na
folha 29.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO contra o
voto do Ver. Reginaldo Pujol.
Apregoamos Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana, solicitando sejam votadas em destaque as Emendas nºs. 02, 03, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 ao PLE nº 49/96. Apregoamos, também, Requerimento do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando votação em destaque da Emenda nº 281 ao PLE º 49/96, e do Ver. Artur Zanella para votação em destaque da Emenda nº 08 ao PLE º 49/96.
Ainda, apregoamos Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana,
solicitando seja votada em destaque a
Emenda nº 01 ao PLE nº 51/96.
PROC. 2497/96 – PROJETO DE LEI EXECUTIVO Nº 051/96, que estima a Receita e fixa a Despesas do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, para o exercício econômico-financeiro de 1997. Com Emenda nº 01.
- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt; pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
-
Projeto submetido à votação
com as Emendas aprovadas pelo CEFOR (Art. 120, VI, do Regimento);
-
1/3 dos Vereadores poderá
solicitar ao Presidente a votação em Plenário de Emenda aprovada ou rejeitada
na Comissão (Art. 120, VI e IX, do Regimento);
-
somente Emendas subscritas
pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo
único, do Regimento);
-
quórum para aprovação:
maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores (Art. 53,
“caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM).
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a PLE nº 51/96.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Como fica a matéria a ser votada, das autarquias, quando depende de
verbas da Administração Centralizada, se estas verbas forem alteradas ou
não-aprovadas?
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa consulta o Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Casa, Ver.
Luiz Braz.
Entendemos que a matéria é objeto de discussão. V.
Exa. questione no período da discussão, que ela será esclarecida devidamente.
Com a palavra, para discutir o PLE nº 051/96, o Ver.
Reginaldo Pujol.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Discutimos a matéria, retomo a
questão de ordem do Ver. João Dib. Estamos diante de uma situação inusitada.
Temos o Orçamento da Administração Centralizada que prevê recursos para as
Autarquias, de maior ou menor monta, de
acordo com as necessidades.
Presume-se que este Orçamento será prontamente
discutido, votado e aprovado. Mas, ante a presunção e voto, temos ampla
discussão. Promovemos uma inversão da Ordem do Dia que alterou a ordem dos
fatores.
Isto nos impõe votarmos o Orçamento do DMLU sem
sabermos o que consta como receita estimada, em grande parte, fruto de
transferências da Administração Centralizada, que será, depois, aprovada ou
não. Nós estaríamos, votando e aprovando esta matéria, fazendo uma votação
condicionada. Sou coerente no que estou dizendo, pois no ano passado votamos o
Orçamento do DEMHAB, com o meu protesto, nessas circunstâncias, e já naquela
ocasião eu alertava sobre o contra-senso que isso representava. Indiretamente,
votado, agora, o Orçamento do DMLU, nós estamos abdicando de decidir sobre um
assunto que nos será submetido mais adiante. Sem querer criar tumultos maiores
quero dizer que meu voto contrário a essa inversão, que foi aprovada pela Casa,
é diante desse temor. Não tenho em mãos o Orçamento do DMLU, mas sei que vários
dos recursos previstos na estimação da sua receita são recursos que serão
transferidos para o DMLU em função do que está escrito no Orçamento da
Administração Centralizada.
Sem votarmos, primeiramente, o Orçamento da Administração Centralizada, a meu juízo, reflexão objetiva, é impossível votar-se o Orçamento das autarquias, como impossível se torna a votação de qualquer outro orçamento que seja independente da alimentação de recursos contidos na centralizada. Ora, Sr. Presidente, se houver, por parte dos sábios integrantes da Casa, inclusive do ilustre requerente da inversão, ex-Secretário da Fazenda, Ver. João Verle, nós estaremos, absolutamente, conformes com a decisão. Caso contrário, mantida a decisão de levar-se à votação esse Projeto de Orçamento do DMLU, votarei contrário, porque entendo que ele é nulo do plano direito, de vez que se funda numa realidade ainda inexiste, e essa realidade inexistente é de que exista uma Lei anterior que autorize a transferência de recursos do Município, que ainda não existem, podendo vir a existir, quando, efetivamente, for votado o Orçamento da Administração Centralizada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Presidência colocou em votação a inversão na ordem dos trabalhos.
Posteriormente, o Ver. João Dib se deu conta de que há receitas que são
decorrentes da Centralizada e fez um questionamento formal para saber como
ficam as verbas que estão condicionadas na Administração Direta. No momento,
invoquei o nome de V. Exa., na condição de Presidente da CEFOR, para saber uma
opinião do órgão técnico da Casa, embora o Ver. João Dib também seja membro
desse órgão técnico.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Realmente, essa questão não é nova neste ano. Todos os anos votamos o
Orçamento nesta Casa e uma das questões que é levantada e discutida é essa
inversão na ordem de votação, quando os orçamentos da autarquias são votados em
primeiro lugar, muito embora existam repasses da Centralizada para essas
autarquias. Aliás, quase que a maior parte do orçamento das autarquias vem
desse repasse da Centralizada.
Nos anos anteriores isso tem prevalecido e muito
embora seja uma ordem que não é a mais correta, a mais exata, prevaleceu nos
anos anteriores, propiciando que a discussão maior as desse em torno do
Orçamento da Centralizada. Então, se deixa, geralmente, o Orçamento da
Centralizada para ser discutido em último lugar. Só que tem razão o Ver. Pujol
quando encaminha contrariamente a isso. Mas o encaminhamento do Ver. Pujol é
válido para o que aconteceu em anos anteriores nesta Casa e que, praticamente,
consagrou essa ordem de votação quando se tem o Orçamento aqui nesta Casa. Não
sei o que diz a Bíblia, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
Certamente a Bíblia teria uma solução mais sábia. Mas eu diria, como diz a
Bíblia, que é melhor o pouco com justiça do que sem justiça.
O SR. JOÃO
VERLE (Questão de Ordem): Dentro desta mesma questão, tentando colaborar com a Mesa, com relação
ao questionamento do Ver. João Dib, e posteriormente, do Ver. Reginaldo Pujol,
que à exceção do DMAE, que tem autonomia financeira, todos os outros orçamentos
são sistemas de vasos comunicantes, daí por que há recursos transferidos da
Administração Centralizada. Na votação caso houvesse, problema, como em alguns
outros momentos houve, com emendas que modificam essa situação em algumas
autarquias, como a FESC, que tivesse implicação na centralizada, o que não é o
caso, cada emenda se basta dentro do próprio órgão, logo não há nenhum problema
técnico em votá-las. É esse o esclarecimento que eu gostaria de fazer.
E penso que a votação nessa ordem facilita justamente pelo argumento esboçado pelo Ver. Luiz Braz, que com mais vagar poderemos fazer a discussão da Centralizada. No caso o DMLU tem uma única Emenda; no caso do DEMHAB, nós temos 26 emendas, mas significam somente duas votações, porque estamos fazendo destaques conjunto de 21 Emendas, aceitando 4 e questionando uma e mais vinte uma. E, no caso da Centralizada, nós temos dezesseis votações.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Até para esclarecer. Conversando com a Assessoria, realmente, confirma
alguma coisa que foi colocado, pelo Ver. João Verle. Nós não temos nenhum
Emenda no Orçamento da Centralizada que pudesse obstar que esses orçamentos do
DMLU e do DEMHAB pudessem ser votados antes. O problema que poderia haver é se
o Orçamento da Centralizada não fosse aprovado, é claro que aí teríamos
problemas em aprovar.
O SR.
PRESIDENTE:
Tecnicamente está perfeito e, mesmo que houvesse essa problemática,
evidentemente, os Vereadores no seu coletivo, na sua individualidade têm a
possibilidade de invocar a Renovação de Votação, como medida técnica processual
cabível para o caso. Portanto, o Ver. Reginaldo Pujol já discutiu a matéria.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Eu consulto a Mesa, nos termos regimentais, se
forem esgotadas todas as possibilidades de se alterar via Emenda a proposta
orçamentária não existiria possibilidade, mediante determinadas circunstâncias,
de ainda ingressarem Emendas que possam alterar a proposta orçamentária?
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa esclarece que durante a discussão de qualquer uma dessas peças
orçamentárias cabe Emenda firmada pela maioria dos membros da Comissão de
Finanças e Orçamento. Como essa é uma faculdade que tenho, tudo isso gera uma
questão técnica daquele princípio maior de que o que visse a alterar seria o
remédio processual cabível à Renovação de Votação.
O SR. LUIZ
BRAZ:
Conversando com membros da Comissão de Finanças posso assegurar a esta Casa que
a Comissão de Finanças não irá aceitar nenhum tipo de Emenda que poderá alterar
algo no orçamento.
O SR.
PRESIDENTE:
Mesmo assim há o remédio processual e regimental do processo legislativo que
mesmo que coubesse alguma Emenda, mesmo assim teríamos o remédio da Renovação
de Votação.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): A dúvida que levantei na questão de Ordem tem alguma razão, mas agora
examino e que o Projeto da FESC já foi votado e aprovado. Tem muitas reduções,
numa das Emendas, de verba na FESC e já aprovamos. Como fica?
O SR. LUIZ
BRZ: Eu
acho que o Ver. Dib fala de uma Emenda de autoria do Ver. Jocelin Azambuja que
está na Centralizada e foi uma Emenda que a Comissão foi contrária a ela.
Então, a Comissão é que diminuiu recursos tanto na área de pessoal quanto nas
áreas especificas da informática e que nós rejeitamos esta Emenda até por
aspectos técnicos.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa só lamenta que V. Exas. tenham colocado essa questão por ocasião do
Requerimento. Teria até uma prevalência naquele momento. Se entenderem de
mudar, é só fazer o Requerimento novamente para não perdemos tempo. Nós temos
que ter agilidade. A Mesa indaga se mais algum Vereador deseja discutir o
Projeto Orçamentário do DMLU.
Encerrada a discussão. (Pausa.) Em votação o PLE nº
051/96. O Ver. Reginaldo Pujol solicita votação nominal.
Estão suspensos os trabalhos para uma consulta.
(Suspendem-se os trabalhos à 16h29min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 16h30min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar, pelo PSDB, o PLE nº 051/96.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, faço encaminhamento em relação ao Orçamento
do DMLU, chamando a atenção para a Emenda que apresentei no âmbito da Comissão
de Finanças e Orçamento, reduzindo pela metade a verba dedicada à publicidade
do DMLU. O motivo pelo qual fazemos isso é a experiência concreta do ano de 1996.
A rubrica orçamentária é muito clara no orçamento de 96, como no orçamento de
97, fala exclusivamente em publicidade legal. Publicidade legal, por conceito,
seria todo o conjunto de editais ou comunicados formais do DMLU, alertando,
antecipando a falta de água, a realização de obras, no caso do DMAE ou do DMLU,
suspensão dos serviços, modificação de frotas, mudança de horários ou de dias,
colocação de novos serviços ou coisa parecida. O que vimos, no entanto, em
torno do DMLU, no 1º semestre e no início do 2º semestre, foram vultosas verbas
na área da publicidade e desviadas para a promoção do Orçamento Participativo e
das suas reuniões. Ora, o Partido dos Trabalhadores e a Administração Municipal
resistem veementemente à institucionalização do Orçamento Participativo,
portanto, o Orçamento Participativo não é nada legal, do ponto de vista
institucional, e incorre, portanto, o DMLU, em desvio de verba e de função de verba ao utilizar a verba de
publicidade legal para promover e chamar moradores da Cidade para participarem
das reuniões do Orçamento Participativo.
Estou seriamente decidido a encaminhar uma consulta ao Tribunal de Contas do Estado, quanto a esse aspecto legal. No meu entendimento houve desvio de dinheiro do DMLU para uma coisa que não poderia receber verba pública do DMLU. Em conseqüência disso e preventivamente, porque, inclusive, nas suplementações que fizemos agora tivemos de suplementar uma vez mais a publicidade do DMLU, estou propondo uma Emenda exatamente que diminui pela metade a verba da publicidade que, uma vez mais, vem na rubrica publicidade legal. Estrita, é só aquele anúncio, é só aquela matéria de rádio e de TV que orienta o pagador de tributo sobre um serviço do DMLU.
Então, apelo aos companheiros da oposição,
evidentemente, porque esse foi um critério que nós usamos, inclusive, na CFOR,
vamos voltar a fazer essa discussão em relação ao orçamento da Centralizada, de
que se aprove essa Emenda. Não queremos inviabilizar, porque não nos cabe
inviabilizar aquela necessidade que é do Órgão e do público de ter a
comunicação e de recebê-la do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Mas, se
a Administração Popular não quer oficializar o Orçamento Participativo, não tem
direito legal de usar dinheiro público
para uma publicidade que não é legal, porque não é institucional.
Então, é nesse sentido que fizemos o corte de metade
dessa verba, sabendo que se o valor aprovado não for suficiente, evidentemente,
ele será suplementado, como está previsto na legislação, em novos valores no
decorrer da aplicação do Orçamento de
1997.
Apelamos aos Senhores Vereadores no sentido de que
se aprove a Emenda, ampliando a fiscalização da Casa sobre o uso da verba
destinada à publicidade nos órgãos da Administração Pública Municipal, chamando
a atenção para o fato de que o DMLU e outras autarquias devem-se cingir à
legislação vigente e ao que a rubrica do orçamento estabelece. Ele diz apenas,
à publicidade legal não querendo a promoção de outras coisas que não
publicidade legal do DMLU. Daí a Emenda que reduzir em 50% a verba dotada para
a publicidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, apesar do xerox que o Prefeito manda para esta
Casa, na sua Exposição de Motivos, acho importante fazer referência e
necessidade de cortesia entre os dois poderes municipais. O Sr. Prefeito nos
manda um xerox, quando tem uma assessoria tão compacta e, parece-me, tão bem
paga. Tem tanta gente lá na Prefeitura e, ainda, houve um acréscimo de 50% no
quadro de funcionários nos últimos oito anos, que ele poderia ter tido a
cortesia, como o Prefeito de Caxias teve para com a sua Câmara Municipal, de
mandar uma Exposição de Motivos para cada autarquia, para cada projeto de lei,
e não xerocasse a exposição, fazendo, ainda, uma rubrica em cada cópia. Outro
dia, ainda, foi colocando em dúvida se a rubrica era a assinatura dele.
Mas ele também diz que cabe ressaltar do ponto de
vista dos recursos globais, a importância desta discussão. Aí me lembro de que
em matéria de recursos globais vamos colocar a administração centralizada.
Entendo que deva utilizar 13% dos recursos globais da Prefeitura para a Saúde.
A douta Comissão de Justiça ainda não me informou, por isso vou votar muito
atrapalhado.
Vou votar favoravelmente à Emenda do Ver. Antonio
Hohlfeldt, porque esse poder Legislativo é fiscalizador do Executivo.
Fiscalizaremos tão bem que, se for necessário, para o Departamento Municipal de
Limpeza Municipal, já que o Ver. João Verle perguntou se eu fui do DEMHAB, onde
eu também já fui servidor. É verdade, inicial no serviço de habitação popular.
Se for necessário, estaremos aptos, prontos, alertas para dar ao DMLU verbas
para a sua publicidade, editais, licitação, avisamos de importância para a
população. Nós daremos imediatamente, mas se for para convidar o Orçamento
Participativo de forma irregular, nós não daremos nada. Voto favoravelmente ao
Projeto como veio, apenas com a Emenda do Ver. Antonio Hohlfeldt. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para encaminhar o PLE nº 0511/96.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estamos votando um projeto que
prevê, na sua parte de receita, como rubrica principal, as transferências
correntes na ordem de 22 milhões, quatrocentos e quarenta e oito mil,
novecentos e oitenta e seis reais e oitenta e sete centavos. O fundamento da
proposição desse Projeto que tem até a sua numeração seqüenciado, com o da
Administração Popular, é de que existe uma previsão, na Administração
Centralizada, de que seja transferidos, para o DMLU, essa importância de 22
milhões de reais. Não sei se esta Casa irá aprovar essa autorização. Enquanto
isso não acontece, no meu entendimento estamos laborando em cima de uma
hipótese, provável até: de grande probabilidade, mas que não nos dá nenhuma
segurança. Estarei sendo exageradamente formal?
Estou apenas sendo racionalmente coerente. Eu repito
isso aqui desde o ano de 1995. Lembro que quando foi votado, precipitadamente,
a proposta orçamentária do DEMHAB antes da Centralizada, eu vim à tribuna e
referi esse fato. Na ocasião, a Casa agiu da mesma forma que está agindo no
corrente ano; no meu entendimento, Sr. Presidente, equivocadamente, e não tenho
compromisso com erro. Eu votarei contra o Projeto, porque ele está sendo mal,
inadequadamente votado, sujeito até mesmo a que, se alguém se julgar
prejudicado, se busque a nulidade da votação dessa matéria pela via que
entender competente e que vier a ser competente. Para ressalvar a minha responsabilidade, para manter a coerência
com posições anteriores, para ver se algum dia esta Casa resolve as questões de
forma mais simples, menos complicada e mais correta, não fazendo essa jogada de
última hora de inverter ordem de votação, absolutamente desnecessária, quando
era possível votar as matérias na ordem inclusive seqüencial que os próprios
projetos determinavam, numericamente, uns anteriores a outros, nós estamos
anunciando, desde já, como sempre fizemos, de forma clara, que na votação
nominal que irá ocorrer brevemente, votaremos contra com a justificativa de
voto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrados os
encaminhamentos. O Ver. Reginaldo Pujol solicita votação nominal para o PLE nº
51/96. Em votação. (Após a chamada.) APROVADO
por 23 votos SIM, 01 voto NÃO.
Em votação a Emenda nº 01. O Vereador João Verle
está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
VERLE: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Emenda em questão já foi aqui comentada e
defendida pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que é seu autor, e ela retira, da
publicidade do DMLU, que está orçada em duzentos e vinte mil, noventa e seis
reais e setenta e dois centavos, ou seja, exatos 0,5% do total do gasto da
autarquia, retira cento e vinte mil, portanto, a cem mil, noventa e seis reais
e setenta e dois centavos, ou seja, 0,23% do orçamento da autarquia. A
publicidade tem sido discutida exaustivamente nesta Casa, e alguns chegam ao
exagero de atribuir a ela o sucesso da Administração Popular. No caso, nós
queremos fazer alguns comentários. Em primeiro lugar, neste exercício, por
força de negociações efetuadas nesta Casa entre a Bancada do Governo e as
Bancadas de oposição, estabelecemos um limite de 0,5%. É o menor índice que já
se estabeleceu no Orçamento. No Orçamento atual, este índice de 0,7%. Então,
nós temos um limite. É verdade que, de ponto de vista legal, é possível
estabelecer qualquer valor menor do que 0,5%, que é o teto. Nós queremos
argumentar é que estes 100 mil serão, provavelmente, insuficientes para
divulgação oficial, para a publicidade dita legal.
Ao DMLU compete realizar campanhas de educação
ambiental, a própria coleta seletiva e o comportamento da população em relação
ao lixo. E, nesse sentido, é um valor bastante reduzido que, evidentemente, não
se prestará para grandes campanhas e nem para divulgação, mas entendemos que é
importante, por isso fizemos o Destaque e defendemos que esta Emenda deve ser
derrotada. Portanto, o Orçamento do DMLU contempla este valor, que é pequeno,
este percentual que está estabelecido. Mesmo porque, eu não quero antecipar
agora, mas na votação da Administração Centralizada, nós vamos encontrar uma
grande quantidade de Emendas, todas retirando da publicidade, como se fosse ela
a responsável por qualquer imperfeição contida na peça orçamentária. Eu penso
que é uma forma simples de propor modificações, porque este recurso pode ser
colocado em qualquer outra dotação, como faz, aqui, o Ver. Antonio Hohlfeldt,
colocando no Pró-Guaíba, que é um projeto importante, mas que está já
dimensionado adequadamente. Então, nós somos contra esta Emenda e esperamos que
a maioria desta Casa se posicione desta forma. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ
BRAZ:
Senhor. Presidente e Srs. Veadores. Acredito que quem conhece esta Cidade vai
ficar boquiaberto com a última afirmação do Ver. João Verle, que queremos até
cumprimentar porque foi escolhido para dirigir um órgão importante da própria
administração da Cidade, que é o DEMHAB, mas o Vereador, que é um conhecedor
desta Cidade, homem reeleito, bem votado, demonstra que, ou colocou mal suas
palavras ou não tem um conhecimento muito amplo desse Projeto que ele citou na
área do saneamento. Dizer que nós temos dinheiro bastante já para atender o
saneamento da Cidade..... Conhecemos nossa cidade, principalmente nessa área do
saneamento que deixa muito a desejar. Mas o Ver. João Verle diz que já existem
recursos bastante. Mas se existem recursos, como é que não são aplicados de
maneira adequada para resolver os problemas que temos em Porto Alegre? Há
dinheiro em demasia na propaganda. É evidente que tem. É tão lógico que tem
dinheiro em demasia, que no mês de julho, acredito que o responsável pela
programação na RBS teve dificuldades em escolher um horário para determinar
onde sairia mais uma propaganda do Partido do Governo. Terminou o mês de julho,
porque até o referido mês eu ouvia dizer que a população tinha que estar vem
informada das coisas que aconteciam no Município, veio a eleição e aí tudo tem
que ser silenciado. Terminada a eleição a população não precisa mais saber de
nada e não vejo mais aquelas programações em rádio e televisão querendo informar
a população como acontecia até o mês de julho, antes das eleições, e aí vêm
aqui na tribuna dizer que não usam a máquina pública, que não usam o dinheiro
público de forma e se autobeneficiar.
Ora, antes de 1989, Ver. João Dib, eu ouvi grandes
discursos aqui fiscalizando qualquer tostão que saía para a área de propaganda
porque o comentário era de que queriam enriquecer a RBS. Passou 1989 e parece
que esse pudor não mais existe. Agora, se cem mil não forem suficientes, para
publicidade oficial, nós vamos suplementar. Quando houver necessidade de se
fazer uma grande campanha nós vamos suplementar. Esta Câmara jamais negou uma
suplementação quando a Prefeitura pediu e a Câmara sentiu que a Cidade
precisava. Então, não seria desta feita que nós, sentido algum tipo de
necessidade do DMLU para alguma campanha qualquer, iríamos negar. Só não
podemos dar dinheiro em demasia logo agora no início do ano legislativo, no
início da votação do orçamento. Falta dinheiro em outras áreas. O que o Ver.
Antonio Hohlfeldt quer é passar um pouco desse dinheiro, que é claro, não vai
resolver o problema, mas vai minimizar os problemas na área do saneamento,
assim como na Centralizada e, falou aqui o Ver. João Verle, o que fizemos foi
tirar dinheiro de alguns setores que achamos que estava em demasia e repassamos
para o setor obras. A não ser que a Administração petista desistiu de fazer
obras na Cidade ou se já tem dinheiro em demasia, tem que rejeitar essas
Emendas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais Vereadores
inscritos, colocamos em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 51/96. (Após a
chamada.) REJEITADA por 12 votos SIM, 14 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR.
PRESIDENTE (Edi Morelli): A Mesa apregoa Requerimento de autoria do Ver. Henrique Fontana, que
solicita votação em bloco das Emendas nºs. 06 e 26 ao PLE nº 53/96 – que fixa
Despesas e estima Receita do DEMHAB para 1997.
A Mesa esclarece ao Plenário que essas Emendas
poderiam ser votadas junto com o Projeto, mas o Líder do PT solicitou a votação
em bloco da nº 06 a nº 26.
Requerimento do Ver. Henrique Fontana, que solicita
votação em destaque da Emenda de nº 05 ao PLE nº 53/96.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeitosamente, em 14 anos de
Câmara de Vereadores é a primeira vez que vejo um pedido de destaque em bloco.
Não conheço essa figura prevista no Regimento. Eu entendi que houve um pedido
de destaque e simultaneamente um pedido de votar o destaque em bloco.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa responde a V. Exa., baseada na informação da Procuradoria da Casa, de
que é possível, por isso e fizemos.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Não estou vendo a Procuradoria aqui na Casa, desculpe, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa não vai dialogar com V. Exa. Tenho a informação da Assessoria
Legislativa de que foi informada pela Procuradoria, basta-nos a palavra da
Assessoria.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): As Emendas que vão ser votadas em bloco tiveram Parecer pela aprovação
e, se receberão destaque, podem...
O SR. PRESIDENTE: Ele solicitou para votar
em conjunto da Emenda nº 06 a Emenda nº 26 e destaque para a de nº 05.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para esclarecimento. Nos termos de Regimento,
V. Exa. apregoou destaque solicitando pelo Líder do PT. Pergunto a V. Exa., nos
termos do art. 120 do nosso Regimento, se esse pedido de destaque está
acompanhado das assinaturas necessárias?
O SR.
PRESIDENTE:
São onze assinaturas com a do Líder da Bancada do PT.
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Gostaria que fosse registrado nos Anais que um terço da Casa pediu destaque,
não o Líder do PT.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se eu entendi bem V. Exa., apregoou
em Requerimento que, obviamente, em tempo hábil, vai ser submetido à discussão
da Casa. Não é um Requerimento que V. Exa. tenha deferido. O Requerimento para
votação englobada Emenda da 6 a 26 – vai ser examinado pelo Plenário da Casa.
O SR.
PRESIDENTE:
Os Requerimentos já foram deferidos pelo Presidente da Casa. Eu estou apenas
apregoando.
O SR. JOÃO
VERLE: Sr.
Presidente, nós estamos encaminhando a questão dos orçamentos. Nós tivemos essa
mesma dúvida, consultamos a Diretoria Legislativa na semana passada, que
consultou a Procuradoria da Casa. A Procuradoria nos orientou: a votação pode
ser destacada para se votar em bloco. As Emendas não são iguais, mas são
semelhantes e tratam do mesmo assunto, e, para não gastarmos muito tempo,
pedimos a votação em bloco. Sendo regimental, podemos assim proceder. Caso haja
algum problema, votaremos uma a uma.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeitosamente, quero voltar à
minha Questão de Ordem com a seguinte colocação: o Pedido de destaque é
deferida de plano pela Mesa – quanto a isso não tenho a menor dúvida; o pedido
de votação em bloco tem que ser aprovado pelo Plenário. É o que o Regimento
diz, e a Procuradoria da Casa não pode decidir em contrário. Ela não tem poder
para tal. A partir do momento em que é deferido um destaque, desmembrou-se o
conjunto de Emendas, além do que eu posso votar a Emenda nº 6 contra e a Emenda
nº 7 a favor. Então, não há como votar em bloco coisas destacadas, Sr.
Presidente. Isso é um absurdo e não tem amparo regimental.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós temos 26 Emendas, todas aprovadas. Se não houvesse
nenhum destaque elas seriam votadas em bloco. Eu queria que me orientassem,
pois eu tenho dúvida. Há o destaque da Emenda nº 5, que é de minha autoria, e
as outras 25 seriam votadas em conjunto?
O SR. PRESIDENTE: Sim, seriam votadas em
conjunto, com o Projeto. É o que diz a Assessoria Legislativa, que foi
informada pela Procuradoria da Casa; por isso nós apregoamos.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de ouvir a Procuradoria
da Casa, porque me parece que estamos cometendo um grave erro. Não há como se
votar Emendas destacadas em bloco, uma vez que cada Emenda terá que ser votada
individualmente. Ninguém pode ser compelido pela Mesa a votar “sim” todas as
propostas, ou votar “não” todas as propostas. Seria um absurdo jurídico.
O SR.
PRESIDENTE:
A Emenda destacada é a de nº 05. Tem um Requerimento para que as Emendas de nº
06 a 26 sejam votadas em bloco.
Esta Presidência retira a palavra destaque no
primeiro Requerimento, para satisfazer a vontade de alguns Vereadores:
Apregoamos o Requerimento, que já foi deferido pelo Presidente da Casa,
assinado pelo Líder da Bancada do PT e mais dez Vereadores, para que sejam
votadas em bloco as Emendas de 06 a 26.
O SR. LUIZ
BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se não houvesse o destaque, essas Emendas estariam
aprovadas junto com o Projeto. Elas só não estão aprovadas junto com o Projeto,
exatamente por causa do destaque. Nós não podemos retirar a palavra destaque
neste exato instante senão nós aprovamos juntos o Projeto.
O SR. JOÃO
VERLE (Questão de Ordem): Nós podemos resolver este problema, simplesmente votar uma a uma as
Emendas e mudar o Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE:
Estão suspensos os trabalhos.
(Os trabalhos foram suspensos
às 17h17min.)
O SR.
PRESIDENTE(às 17h19min): Estão reabertos os trabalhos.
Apregoamos, antes da discussão do PLE nº 53/96,
Requerimento, assinado pelo Líder do PT e por mais dez Vereadores, solicitando
sejam votadas em destaque, uma a uma, as Emendas de nº 06 a 26 ao referido
Projeto e deferido por esta Presidência.
PROC. 2499/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/96, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB, para o exercício econômico-financeiro de 1997. Com Emendas nºs 01 a 26.
-
da
CEFOR. Relator Ver. Artur Zanella:
pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 26.
Observações:
-
Projeto submetido à votação
com as Emendas aprovadas pela CEFOR (Art. 120, VI, do Regimento);
-
1/3 dos Vereadores poderá
solicitar ao Presidente a votação em Plenário de Emenda aprovada ou rejeitada
na Comissão (Art. 120, VI e IX, do Regimento);
-
somente Emendas subscritas
pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo
único, do Regimento);
-
quórum para aprovação:
maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores (Art. 53,
“caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM).
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores é previsto o Orçamento do DMHAB, para 1997, de R$ 38.841.222,58, na
forma do artigo 1º. Gostaria de fazer uma observação em relação a essa peça
orçamentária, que poderia ser 20% a mais. E teria o Ver. João Verle,
aproximadamente, mais oito milhões de reais para investir na área de habitação.
E refiro a V. Exa., Ver. Lauro Hagemann, sou testemunha de sua luta, não só
pelo Projeto do Banco de Terras, mas pela regulamentação do Solo Criado.
Infelizmente, o Sr. Prefeito retirou da Casa, no mês de outubro, o Projeto que
dispunha sobre a regulamentação do Solo Criado, certamente por entender,
acredito, que não havia necessidade de que a regulamentação pudesse ser feita
por Decreto do Poder Executivo.
Quando ele veio com a regulamentação à Câmara era exatamente na medida
em que o regulamento iria dispor de fatos novos, em relação à questão do Solo
Criado, o que exigia a manifestação da Câmara Municipal, porque o regulamento é
feito normalmente por Decreto, pois ele não avança nenhuma palavra a mais
daquilo que diz a Lei, ao contrário, ele apenas sustenta no âmbito da Lei, ou
seja, ele depura o que é expresso na Lei. No momento, veio para cá o Projeto,
infelizmente, sem esclarecimento maiores, o Projeto de Lei que regulamentava o
Solo Criado foi retirado. Não tivemos maiores explicações sobre as razões que o
levaram a retirá-lo.
O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Projeto de Lei alterava a Lei Complementar do Solo
Criado?
O SR. ISAAC AINHORN: Também alterava e
regulamentava a Lei. Neste momento, como Vereador, discutimos os Projetos de
Lei, lamentando, exatamente, que a Cidade perca mais oito milhões. O Ver. João
Verle, como administrador desses recursos, como futuro presidente do DEMHAB,
mas, com certeza, a expectativa é muito grande pela investidura do Ver. João
Verle, que vai agir na condição de administrador do DEMHAB com muita parcimônia
e equilíbrio, em nenhum momento, por seu próprio perfil, não vai transformar o
DEMHAB em uma alavanca político-eleitoral para candidaturas nos próximos anos.
Por isso, tenho certeza de que,
mesmo assim, o Solo Criado merecerá a sua regulamentação e a alteração da lei
terá uma atenção muito especial do Ver. João Verle. Até porque acho que houve
um retrocesso. O quanto criticamos a Câmara Federal e o Congresso quando não regulamentavam os direitos sociais, e
estávamos, aqui, com o Projeto que regulamentava o Solo Criado e foi retirado.
Estamos deixando de apropriar, talvez não nos recursos de dez milhões de reais,
já que a recessão atinge profundamente a economia do País e, conseqüentemente,
a da Cidade. Mas já poderíamos ter, se não fossem dez, mais cinco milhões de
reais. Ver. Pujol, imagine que beleza não seria se V. Exa., como Diretor do
DEMHAB, tivesse no Orçamento mais cinco ou dez milhões para aplicar em
habitação popular? Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Artur Zanella para discutir o PLE nº
53/96.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, como Relator deste Projeto, na Comissão de Finanças e Orçamento,
apresentei Relatório que os Senhores devem ter recebido, mas faria uma pequena
análise.
Primeiro, sobre as Emendas do Ver. Raul Carrion: S. Exa. apresenta Emendas
afirmando que as mesmas são pedidos ou exigências do Orçamento Participativo,
enquanto o Prefeito encaminha o Projeto de Lei dizendo que ele, o Prefeito, é o
porta-voz do Orçamento Participativo. Então, a função da CEFOR e do Relator é
saber se aquele Projeto se enquadra dentro dos trâmites legais. Agora, no
agravo das Emendas do Ver. Raul Carrion, no meu Relatório, digo que não temos
acesso ao que resolveu o tal Orçamento Participativo junto com o Sr. Prefeito
Municipal. E isso é um erro desta Casa, porque, na verdade, estamos aprovando
coisas que não sabemos o que são.
A Emenda do Ver. João Dib propõe a construção de moradia para os
funcionários. Evidentemente, os funcionários que constróem as casas do DEMHAB,
na minha opinião, têm que ter o direito antecipado por essas mesmas casas. Não é possível que o funcionário do DEMHAB
construa as casas e pague aluguel. Isso é uma incongruência. Então, aprovei
esta Emenda do Ver. João Dib tanto na sua parte legal como na sua parte de
mérito.
As Emendas do Ver. Luiz Negrinho, que foram aceitas no aspecto legal,
formal, na verdade, detalham projetos que, no seu entender, seriam
prioritários. Diria que o Ver. Luiz Negrinho fez um Orçamento Participativo
próprio. Ele apresentou estas Emendas todas vazadas e escritas dentro do que
manda a regra da contabilidade, finanças públicas. Elas são legais e
regimentais. Não sei se esta Casa abrirá este precedente de provação de
projetos que são detalhados por Vereador.
Quero colocar algumas questões, espero que o Ver. João Verle leve este
Parecer para examiná-lo, após votação porque o DEMHAB, as receitas próprias do
DEMHAB, infladas, inflacionadas, alcançam 11%. As alienações e bens do DEMHAB,
no Orçamento alcançam R$ 200,00, o que corresponde a um pouco menos do que dois
salários mínimos. Só os dois Projetos que desde 1992 perambulam por esta Casa,
por culpa do DEMHAB, que é a venda do Santo Agostinho II e a venda dos terrenos
do Núcleo Esperança, dão muito mais do que isso. Mas desde 1992, desde o Olívio
Dutra, que esses Projetos como almas penadas andam percorrendo esta Câmara sem
que a Prefeitura mande informar se quer
vender, qual é
o preço .... Então,
tem que ter R$ 200,00 mesmo
porque a incompetência daquelas pessoas para responder as questões mais simples
é uma coisa espantosa.
As transferências correntes, os empréstimos, significam 86,67% dos
recursos.....
O SR. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella, o tempo
de V. Exa., está esgotado. O próximo orador inscrito é o Ver. Edi Morelli que
cede seu tempo a V. Exa. tem mais cinco minutos.
O SR. ARTUR ZANELLA: Então, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, o DEMHAB conta com
recursos externos no total de 86%. Eu fiz uma frase para ser
eufemístico. Eu disse o seguinte: “Se tais recursos não forem efetivamente
transferidos o DEMHAB pára totalmente, o que numa empresa privada significaria
a sua falência”. Não estou dizendo que o DEMHAB vá falir, ele não vai falir, se
fosse uma empresa privada estaria falindo.
Vejam o paradoxo do DEMHAB. O DEMHAB foi feito há 25 anos, a mais tempo
a Casa Popular, e o DEMHAB paga aluguel para ele, DEMHAB, funcionar. O DEMHAB
está situado em frente ao Sport Club Internacional – de tão trágica memória no
dia de ontem – e paga, ao que consta, quase vinte mil reais de aluguel. Quer
dizer, um órgão, que pretende dar habitação para os outros para aluguel, e paga
aluguel, porque os seus prédios foram interditados pelos próprios funcionários,
pela CIPA, porque iriam incendiar, e nunca fizeram, em sete anos e meio,
nenhuma recuperação que permitisse aquele órgão funcionar na sua sede.
Já saiba, Ver. João Verle, que V. Exa. será inquilino. Esse é o meu
relato e quero deixar claro esse aspecto. Não entrei no mérito das emendas, a
não ser na Emenda do Ver. João Dib, pois acho que as pessoas que constróem as
casas do DEMHAB têm que ter, no mínimo, o direito de elas morarem. Que moral
tem um órgão que faz casas para os outros, se seu próprio funcionário paga
aluguel?
As outras Emendas foram analisadas de forma técnica, vendo se são
legais, regimentais, se estão dentro de uma estrutura econômica e financeira
adequada, e, no meu caso pessoal, em Plenário vou decidir de que forma vou
votar essas Emendas.
Espero que não seja o meu Relatório um voto antecipado, pois as Emendas
são legais, são regimentais e o Plenário que decida por elas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, desde que este Projeto correu seu primeiro dia de Pauta tenho vindo
à tribuna para pedir esclarecimento da parte da Bancada do Governo sobre a
prioridade da habitação popular, que foi informada à Casa quando da
apresentação de Proposta Orçamentária para ao Sr. Prefeito Municipal, no mês de
setembro do corrente ano. Data em que S. Exa. trouxe à Casa Projeto do
Orçamento da Administração Centralizada e das suas várias autarquias e
fundações. Na ocasião dizia S. Exa. que, em decorrência do Orçamento
Participativo, que havia sido eleita pela Administração Popular, como
prioridade para a Administração Municipal para 1997. E o que nós observamos,
Sr. Presidente, com a simples leitura da proposta orçamentária do DEMHAB é que
essa prioridade não tem correspondência nas intenções objetivas da
Administração Municipal que pretende, simplesmente Sr. Presidente, transferir
para o Município, para o DEMHAB, ao longo do exercício de 1997, a importância
de milhões de reais, fixando o restante da receita, já escassa da Autarquia
submetida, entre outras coisas, à perspectiva concreta de que transferencia de
capital na ordem de 23 milhões e 900 e 294 mil, possa ocorrer com a consumação
de financiamento que o Município, através do DEMHAB, busca em outras esferas do
poder, que não os erários do Município de Porto Alegre.
Então, Sr. Presidente, na hora em que se vota esse Orçamento, eu tenho
todo o direito de denunciar que Porto Alegre foi pactada com a farsa, quando
nas vésperas das eleições municipais, e anunciou prioridades para a habitação
popular, e atendendo, com isso, um clamor da comunidade porto-alegrense, que vê
dia a dia, hora a hora, aumentar o drama da habitação popular nesta Cidade.
Agora, quando da realização das intenções, através da proposta orçamentária, se
vê que não mais do que 10 milhões de reais é o que pretende o Município, que
terá um orçamento de quase um milhão de reais a empregar na habitação popular,
aqui na nossa “mui leal e valerosa” Cidade de Porto Alegre...
O Sr. Artur Zanella: Não existe mais a “mui
leal”.
O SR. REGINALDO PUJOL: Se não existe a “mui leal”,
muito mais existe a lealdade, Ver. Artur Zanella, nesse propósito, porque não
se é leal com a comunidade se anunciar prioridade para um problema que,
efetivamente, é prioritário, e depois trazer um orçamento tão minguado como é
esse, onde V. Exa., inclusive, teve a oportunidade de flagrar, se joga o valor
irrisório de 200 reais como sendo uma das fontes de receita da autarquia, onde
nós sabemos que, no ano passado, com emendas nossas, autorizamos o Município a
alienar imóveis na ordem de 6 milhões de reais para que fossem colocados na
habitação popular e essa nossa autorização legislativa agora é substituída, não
sei onde, porque não é na habitação popular que o Município pretende empregar
os valores que vai auferir com a comercialização desses imóveis cuja venda foi
autorizada por este Legislativo.
O Sr. Artur Zanella: V. Exa., permite um aparte? (Assentimento do orador.) Efetivamente, aqueles recursos das vendas dos terrenos pode ser que estejam incluídos esses 10 mil, que dá esse 1% do orçamento – pode ser.
Mas quero dizer que no brasão de Porto Alegre tem o “leal”, não tem é o
“mui”.
O SR. REGINALDO PUJOL: Isso é irrelevante nesta
hora, Ver. Artur Zanella, o que tem é muito pouco dinheiro para se gastar em
habitação e é a isso que chamo a atenção, V. Exa. que se ocupa desse assunto, a
se preocupar, a cuidar. Aqui está colocado um orçamento pífio que é um
verdadeiro escárnio e uma prova absoluta da dessintonia entre o discurso e a
prática. O anúncio feito em 30 de setembro, que o ano de 1997 seria o ano em
que finalmente a Administração Popular iria priorizar a habitação popular foi
uma farsa, foi um discurso pré-eleitoral que nesse orçamento não se confirmou.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. João
Dib, para discutir. Cinco minutos com V. Exa.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. O nobre Ver. João Verle inquiria-me se eu já havia trabalhado no
DEMHAB e eu informava a S. Exa. futuro diretor do DEMHAB, que eu iniciara a
minha vida pública no Serviço de Habitação Popular, depois Departamento
Municipal da Casa Popular e depois Departamento Municipal de Habitação. Mas, ao
longo tempo, poucas vezes o Departamento Municipal de Habitação atingiu os seus
objetivos. Nos últimos 8 anos pouco tem sido feito, mas nos últimos 8 anos nada
foi feito para os servidores do Município de Porto Alegre que ganham muito mal.
O último Diretor-Geral do DEMHAB a
fazer coisas para os servidores da Prefeitura chama-se Dilamar Machado, que
encontrou uma obra em andamento,
concluída e entregou mais da metade para os servidores municipais.
Os servidores municipais são esquecidos e já está destacada a Emenda de autoria deste Vereador
que tinha Parecer favorável para que dois milhões de reais fossem colocados
para atender a uma parte de seus servidores e não só a demagogia de vender 36m2
em dois pavimentos com uma escada que ocupa 4 m2 , esquecendo que a
Prefeitura tem servidores que ganham um pouco mais de um salário mínimo.
Esquecendo que a Prefeitura tem servidores que ganham pouco e não foram, por
não serem amigos do rei, não foram beneficiados com o aumento, contrariaram a
Lei Orgânica e esta Casa aprovou, deram para os que ganhavam mais, que mesmo
assim ganhavam pouco. Mas deram para eles e não deram para os servidores, e a
Lei Orgânica diz que todos os salários se vinculam ao salário básico da
Prefeitura. E nós esquecemos, não eu, mas nós porque aí passou a ser voto da
Casa, dos pequenos. Antes da eleição eu fui procurado por um conjunto de
servidores municipais e não lhes disse nada, apenas ouvi. Eles queriam morar,
queriam habitação e não tinham chance, porque o Montepio não tem mais dinheiro
para dar, porque tem que dar dinheiro para os servidores municipais poderem
agüentar o mês e poderem pagar suas contas.
Quando sai o pagamento na Prefeitura, a fila do Montepio é uma coisa
impressionante e esta Administração que aí está até quis derrubar o Montepio
colocando lá o Dr. Rogério Fravetto, que alugou caminhonete para fazer
propaganda eleitoral para a chapa do Montepio em Canoas, foram 10 caminhonetas.
Mas não é isso que está em jogo. Mas o fato do Dr. Rogério querer terminar o
Montepio juntamente com o Dr. Tarso. Eu falava que outro dia pedia três
audiências, eu acho que o Ver. Isaac estava lá, na TVCOM. Uma eu pedi em maio
de 91, para o Dr. Olívio Dutra – junto comigo assinavam mais 5 Líderes. Não fui
recebido. A outra eu pedi para o Dr. Tarso para que o Montepio, que estava com
dificuldades, fosse recebido, foi no
início de sua administração. Depois de três ou quatro meses eu fui recebido com
o Presidente do Montepio, mas, antes, me pediram que eu mandasse as razões, e
eu disse que já havia falado com o Prefeito e que eu já havia sido Prefeito. Eu
disse que era Vereador e que eu queria levar o Presidente do Montepio lá e que
era assunto sobre o Montepio. Fui recebido. À outra eu pedi em maio deste ano,
para levar o Presidente do SINDICÂMARA junto comigo, e não fui recebido. Então,
como é que a população municipária vai enfrentar as suas dificuldades se o
DEMHAB, que vai ser presidido pelo Ver. João Verle, não lhe der uma atenção
especial.
O SR. PRESIDENTE: O tempo de V. Exa. esgotou.
O Ver. Fernando Záchia se inscreve e lhe cede o seu tempo.
O SR. JOÃO DIB: Eu agradeço ao Ver. Záchia.
Eu não gosto de falar da miséria, Sr. Presidente, mas o servidor público
municipal, e aí está o servidor da Câmara também, está vivendo em um clima de
miséria, enquanto o Prefeito tem 60 milhões no sistema financeiro e ainda usou
o dinheiro do SUS nesse sistema, e não faz casa, não faz habitação par os
servidores municipais, e é importante que se faça. É que o servidor municipal
não está naquela cartilha que o DEMHAB divulgou, ou a Prefeitura divulgou, eu
não sei quem divulgou, dizendo como se faz a invasão até de praças para,
depois, ser desafetada e para, depois, pressionar a Câmara para que seja feita
a desafetação e entregue para direito real de uso. O servidor municipal não tem
vez, ele não está na Vila Planetária, ele não está no Projeto Renascença que
invadiu a calçada da Av. Ipiranga. Não sei se o Planejamento, o DEMHAB fará tal
coisa, mas espero que o Ver. João Verle, futuro Diretor-Geral do DEMHAB não
faça tal coisa. O municipário não está na Cosme e Galvão, está, sim, é sem
casa, sem amparo, sem respeito. Ele não está sendo respeitado pela Administração.
E, se não está sendo respeitado pela Administração, não está sendo respeitado
por nós, pois somos o outro poder que engloba toda a população. O Prefeito só
teve 40,41% dos votos, nós tivemos 100%, pois somos 100% de representação
popular.
Então, há uma necessidade de se aprovar a Emenda nº 05. Creio que o destaque só pode ter sido feito para que ela fosse rejeitada. Rejeitar a Emenda significa rejeitar os servidores municipais, que não têm habitação. A cada dia que passa, os municipários estão sendo colocados para debaixo da ponte, inclusive com o apoio dos 0,29% que está sendo dado como reposição salarial. Mas os municipários não estão encontrando lugar nem debaixo da ponte, pois antes deles chegarem outros. A Prefeitura foi resolver o problema dos meninos desassistidos e que ficam nas sinaleiras e esqueceu do problema dos filhos dos municipários, que também precisam morar.
Penso que o destaque feito pelo Ver. Henrique Fontana seja para dar
apoio absoluto e total a uma Emenda absolutamente sensível ao problema dos
municipários e, portanto, social e correta.
O Sr. Henrique Fontana: V. Exa. me permite um
aparte? (Assentimento do orador.) O destaque se deve à possibilidade de votar
contra a Emenda, digo que não podemos utilizar esse recurso público de forma a
privilegiar um determinado grupo de cidadão de Porto Alegre, seria a mesma
lógica se retirássemos o recurso público do Sistema Único de Saúde para fazer
um sistema privado de saúde para privilegiar um determinado grupo de pessoas. A
lógica é essa, é socialmente justa.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato ao aparte de
Vossa Excelência, só não acho que ela seja justo porque quem emprega tem
responsabilidade sobre o seu empregado. Se eu começar a tratar bem do meu
empregado e der a ele as condições necessárias de sobrevivência, eu estarei
dando condições a outros. Aprendi com um rabino que disse... Encerro, porque o
tempo está esgotado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLE nº 53/96
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu dizia que o rabino contou uma história no Lar Santo Antonio dos
Excepcionais, no dia 13 de junho deste ano, que marcou muito,. Ele disse que
foi chamado um cidadão e lhe deram a tarefa de salvar o mundo, ele respondeu
que não poderia fazer nada para salvar o mundo, então disseram para ele salvar
o seu país, ele respondeu a mesma coisa; então salve o seu estado, ele disse a
mesma coisa; salve a sua cidade, é muito para mim; então salve um semelhante
seu. Se cada um salvar um semelhante seu, o mundo será salvo. É o que a
Prefeitura do Dr. Tarso, do Sr. Pont não quer fazer. É preciso salvar o
municipário porque esse é o que faz a cidade andar. Eu não estou dizendo tal
coisa que no passado já não tivesse sido feita. Está aqui o Ver. Pujol que está
de prova que na minha administração metade das obras eram para ser destinadas
aos funcionários, no DEMHAB. Antes de mim os outros fizeram também. Hoje não
tem mais, hoje não, é o PT, vão ao velório do Ver. João Dib, com o prefeito
tomando cachaça. Na Vila Planetário o Sr. Olívio foi ao meu velório, bebeu
cachaça e chorou no meu caixão. A minha figura estava dentro de um caixão.
O servidor municipal é a razão da própria Prefeitura, porque sem esse
não há Prefeitura. Não há partido na Prefeitura, ela tem servidores. Eu me
sinto perfeitamente à vontade para dizer isso, porque fui Prefeito, e o maior
número de meus Secretários eram servidores municipais, eu não os trouxe da
esquina, ou de qualquer outro lugar, sem saber nada sobre a Cidade. Eu não os
trouxe de São Paulo. Eu aproveitei os funcionários do quadro da Prefeitura, e
aí ele entenderam que tinham que fazer pela Cidade, fazendo, em primeiro lugar,
por aquele que serve a Cidade. Não há Ver. Henrique Fontana, nessa idéia nenhum
privilégio, mas há uma regra de bom-senso, eu só posso mandar trabalhar quem
tem condições, quem está alimentado, quem sabe que sai e deixa seu filho
protegido em uma casa, enquanto isso não acontecer, não tem sentido.
Quando eu faço uma Emenda, o PT coloca-se imediatamente contra. Eu
mandei, um dia, um Projeto que eu ajudei a aprovar e ajudei a aceitar o Veto,
do Ver. Jocelin Azambuja, que se referia as paradas das lotações, e eu emendei,
eu queria que colocassem o que estava escrito no regulamento do Código Nacional
de Trânsito, ou seja, de 10m da esquina, porque só há duas medidas: 3m ou 10m.
O PT vibrou de satisfação e colocou o Projeto em votação, que foi aprovado com
o apoio da maioria dos Vereadores, agora quando chegou nos 6m ou nos 10m, o PT
sabia que eram 6m, que não está escrito em lugar nenhum, só tem 3m ou 10m, ou é
certo, ou é errado, mas eles conhecem outros caminhos. Estou vendo que o PT vai
aprovar para os servidores do Município e da Câmara também, porque aqui há
muita gente que não tem habitação. Eles vão aprovar, apesar do destaque
proposto pelo eminente Líder do PT, a Emenda número cinco, porque é justa,
porque é de bom-senso e porque é o anseio dos servidores municipais. Os
servidores servem a Cidade e merecem a atenção de quem os comanda. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Dilamar Machado está com a palavra para encaminhar.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, independente de toda a polêmica, gostaria mais do que nunca de dar
um depoimento aos companheiros sobre Vereadores a minha curta passagem como
Diretor do Departamento Municipal de Habitação. E dizer que, embora distante e
sem qualquer interferência, o que é natural, digo ao Dr. João Verle que ele tem
pela frente um excelente desafio. Entendo que aquele Departamento deva ser
dirigido por uma cabeça política, não propriamente um técnico. Podem dizer que
o DEMHAB tem que ser dirigido por um engenheiro, por um arquiteto, não; um
político, cabeça política. Na realidade não é um organograma da Prefeitura, a
história política de Porto Alegre, o Departamento Municipal de Habitação é a
Prefeitura das vilas. Durante aquele um ano e meio que estive no Departamento,
visitei, diariamente, uma por uma das vilas populares de Porto Alegre, eu ia
para dentro da vila. Naturalmente que, nem eu fiz, nem o Verle irá fazer, se
não tivermos recursos. O orçamento do DEMHAB é uma fantasia; é uma peça de
ficção. A maioria de todo esse dinheiro não está aí, Ver. João Dib, é consumida
com a folha de pagamento, porque o DEMHAB não tem recursos para pagar os seus
funcionários. Às vezes é preciso cortar a própria carne. Por exemplo, quando
fui Diretor do DEMHAB – não sei no tempo do Ver. Reginaldo Pujol, nem do Ver.
Artur Zanella, quantos eram os CCs do Departamento – eram 14 CCs incluindo o
Diretor de Arquitetura, Diretor Engenheiro, Chefe do Jurídico. Agora, pelo que
me consta são 81 CCs. Parece-me que cresceu bastante o fermento. O DEMHAB não
tem como arrecadar dinheiro, ele não tem recursos próprios, ele é inadimplente
com a Caixa, permanentemente, porque os mutuários do DEMHAB são muito pobres,
são pessoas que ficam desempregadas no curso de seus próprios financiamentos. A
única fonte que conheci, quando dirigia o Departamento, era a Caixa Econômica
Federal: Sistema Financeiro de Habitação. E foi ali – o Ver. João Dib referiu o
conjunto residencial Sarandi, iniciado na sua administração, e a obra esteve
paralisada, porque o empreiteiro se suicidou dentro da obra, Ver. José Valdir,
por causa do Plano Cruzado – que estourou a maioria das empresas. Seguraram os
preços, seguraram a inflação e quebraram as empresas. Eu me lembro que, quando
assumi o Departamento, tive que desconstituir vários Contratos, inclusive a
pavimentação da Vila Santa Rosa. Como me incomodavam o Ver. José Valdir, lá; o
companheiro Vergílio, o companheiro Acássio. Foi ali que eu comecei a conhecer
o PT, na sua essência, na sua base. Mas nos tratamos bem. Com a Caixa Econômica
Federal, nós conseguimos fazer o último grande conjunto habitacional de
apartamentos de Porto Alegre, na Zona Norte, com 640 apartamentos, onde mora
uma boa parcela de funcionários municipais. E graças, também, a CEAC, aquela
obra feita a nível federal de habitação popular, que eram casas humildes, mas
que proporcionaram instituir a Chácara da Fumaça, a Vila Castelo, a Vila
Tronco, a Dutra Jardim, a Vila Santa Helena, lá na Restinga, que eles, hoje,
chamam de Elo Perdido, era a zona do Valão.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Dilamar Machado, nós
vamos assegurar o tempo de V. Exa., porque são 6h02min, e nós temos que votar a
prorrogação da Sessão por mais duas horas.
Em votação a prorrogação da Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Ver. Dilamar Machado está com a palavra.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, para
concluir, eu vou votar favorável ao Orçamento do ano que vem, porque temos que
dar um crédito de confiança a quem deseja fazer alguma coisa de bem por esta
Cidade. Mas também vou votar favoravelmente às Emendas apresentadas, inclusive
a Emenda do Ver. João Dib, porque ela é muito específica, ela destina uma
verba, dois milhões de reais para projetos habitacionais para servidores do
Município. Parece-me, Ver. Lauro Hagemann, razoável. Diz o Ver. Henrique
Fontana que seria privilégio.
Eu apenas desejo ao companheiro Ver. João Verle que seja feliz nessa
missão. É muito difícil e muito dura. Agora, uma cabeça política pode funcionar
bem no DEMHAB, porque nesses últimos anos houve uma espécie de paralisia. Não
culpo aqueles que dirigiam o Departamento. Faltam recursos. Sou favorável à
Emenda do Ver. João Dib. Vou votar a favor das Emendas do Ver. Luiz Negrinho,
esperando que essa Câmara possa ajudar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Iremos votar agora o Orçamento do DEMHAB para o ano de 1997, ano
apresentado pelo Sr. Prefeito Municipal, em 30 de setembro, como sendo o ano em
que, em função de recomendações do Orçamento participativo, no Município, havia
se estabelecido como aprioridade da sua atuação o ano da habitação população.
Eu disse, reafirmei e reafirmo, que nunca vi um Orçamento do Município
em que os compromissos da Administração com a finalidade da habitação fossem
tão pequenos, tão ínfimos, como nesse. O Ver. Dilamar discorreu sobre o
passado. Disse que quando encontrou o DEMHAB em 1987, encontrou com 14 cargos
em comissão, e que hoje há cerca de 100 cargos em comissão no DEMHAB. Quero
agregar um fato fácil de ser constatado.
Em 1985, quando assumimos pela primeira vez a Direção do DEMHAB, todo o
Departamento, entre cargos em comissão e funcionários estáveis e operários
celetistas, tinha-se, na ocasião, cento e oitenta e um funcionários. Hoje isso
não impediu que em 14 meses que ficamos na Direção do DEMHAB tivessem sido
construídas em Porto Alegre duas mil e quinhentas residências, sendo que parte
delas eram com recursos do extinto Banco Nacional de Habitação, mas outras
tantas foram feitas com recursos próprios do Município que na época, a cada
cruzeiro que colocavam no DEMHAB para pagamento de pessoal, colocavam o
equivalente para investimentos, para construir habitações, para cuidar das
vilas populares de Porto Alegre.
Hoje essa situação está completamente transformada; os recursos que o
Município passa para o DEMHAB é exclusivamente para custeio de pessoal, para
manutenção das suas atividades burocráticas e zero são os recursos para
investimentos em favor da população carente de Porto Alegre. Por isso, Ver.
João Dib, V. Exa. é um grande sonhador quando pretende que gastem dois milhões
com os servidores públicos, quando não querem gastar nada com toda a população
de Porto Alegre que não tem, de recursos próprios do Município, um centavo. É
essa a afirmação que venho fazendo e quero reiterar nesta hora, um centavo para
ser colocado na habitação popular que é prioridade da Administração Popular em
1997, segundo declarou o Prefeito Tarso Genro. É por isso que nós não temos um
orçamento significante, contraditório, que anula o discurso da Administração
Municipal que afirmou que 97 seria o ano da habitação popular e não será,
porque, se alguma coisa for utilizada no Município em investimento nessa área,
estará dependendo dos financiamentos que haverão de ser contratados e deferidos
pelos organismos estaduais e nacionais que têm recursos para essa finalidade.
Então, eu tinha que me manifestar sobre a não-votação prioritariamente do
orçamento da Centralizada, conforme a lógica determinava, porque eu esperava
que até a última hora surgisse a demonstração concreta da prioridade da
habitação, esperava que viessem os recursos que Porto Alegre está carecendo
nesta área. Não houve, não tem mais possibilidade de existir.
Por isso vou repetir o meu voto: voto contra este Orçamento. É uma
mentira, é um embuste, uma irrealidade, é algo que a Cidade de Porto Alegre não
merece de uma administração – que se diz popular e voltada para o social. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Negrinho está
com a palavra para encaminhar.
O SR. LUIZ NEGRINHO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apenas para relembrar que durante a minha campanha eleitoral bati,
praticamente sempre, no mesmo problema: habitação popular, habitação popular e
habitação popular. Hoje, temos lido, ouvido e assistido que as prioridades do
Orçamento Participativo e da sociedade para o ano de 1997 será habitação
popular. Como sabemos que não há recursos para novas habitações, encontro uma
maneira, porque há, e tenho assistido muitos Vereadores preocupados criticarem
os próprios colegas no sentido de deixar passar um Orçamento sem definição de
obra.
Votarei favorável ao Projeto, votarei as Emendas, e mais, vou defender
todas, sem exceção, às 21 Emendas que apresentei neste Projeto. São Emendas com
fundamento, porque se há uma briga no sentido de que o Executivo mande a
destinação dos recursos para as secretarias e departamentos, e nisso não há uma
definição, nós votamos no geral e não identificamos as obras que serão feitas
com esses recursos.
Quero dar um testemunho, e não estou fazendo nenhum favor: quando o
Diretor-Presidente do DEMHAB e eu, Presidente de uma entidade comunitária, nos
reunimos – e disse isso num programa de televisão -, no DEMHAB, foi lá que,
definitivamente se constituiu o Orçamento Participativo em Porto Alegre.
Basta procurar a origem. Foi no Governo Alceu Collares. Lá no DEMHAB se
definiu que, a partir daquele momento, deveríamos tratar da habitação através
de entidades comunitárias.
Espero que o tratamento que o DEMHAB dará a sociedade de Porto Alegre
seja diferente do que vem dando nos últimos anos, sem uma resposta, sem uma
solução e muito engano.
Acredito na sensibilidade dos Vereadores do PT, que, antecipadamente,
já me adiantaram que vão votar contra todas as minhas Emendas. Já começa
errado. Se a prioridade do Executivo é habitação popular, já começa errado na
votação deste Projeto, porque todas as Emendas que apresentei são sobre as
vilas populares, que estão aguardando mês a mês, ano a ano, uma solução que o
Executivo não dá. Todas reivindicam o Direito Real de Uso. E há sempre uma
desculpa do Executivo de que não há recursos definidos pela Câmara para
aprovação desses projetos.
Está aqui este Vereador apresentando essas Emendas para que o Executivo
não mais acuse a Câmara de não liberar esses recursos para a regularização
fundiária. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Airto Ferronato
encaminha pela Bancada do PMDB, o PLE nº 53/96.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, neste
conjunto de leis e projetos que tratam do Orçamento eu vou me manifestar de uma
só vez e será agora. Por que o Executivo não encaminhou à Câmara um simples
relato da previsão das obras que pretende executar no ano que vem para o
Município de Porto Alegre? Foi um dos projetos mais simples que apresentei,
muito modesto e acreditava ser muito importante para a Câmara e para a Cidade e
não estaríamos aqui a discutir vinte e seis emendas que retiram recursos não
sei de onde para regularizar vila A, B, C, ou D. Eu não sei para onde vão esses
recursos todos do orçamento com obras e que obras o Executivo deve executar.
Na época em que o Projeto foi aprovado, o Governo do Município não
tinha conhecimento e não podia encaminhar para a Casa a relação dos
investimentos para o ano de 97 por desconhecimento. Isso é uma coisa que não
acredito.
Agora em final de novembro, estamos votando milhões para diversos
departamentos sem saber onde serão aplicados. Apenas votando grandes valores.
Estou encaminhando, neste momento, para registrar aqui o meu protesto.
A Câmara aprovou o Projeto e o Executivo vetou e nós derrubamos o Veto e até
agora não tivemos nada no que diz respeito a este particular extraordinariamente
simples e fácil. Será que é, talvez, para encobrir aquilo que o Orçamento
Participativo tem definido?
Na maioria das vezes apóiam, em época de eleição, tudo o que é feito
via Executivo e ainda vão à televisão e ao rádio dizer que aprovam projetos,
gastos com publicidade, que aprovam A, B, C. Eu já não sei mais nada. Então o
meu protesto com relação a esta omissão do Executivo que dificulta a nossa
avaliação, especialmente no que diz respeito ao Projeto do DEMHAB.
Ver. Luiz Negrinho, apenas pequena observação, acho que não é o grande
caminho de nós, enquanto Vereadores, pegamos e apresentamos vinte Emendas
tirando de um item do orçamento e colocando todos num bairro só. Acredito que poderíamos ter feito uma avaliação
mais conjunta e uma distribuição até mais equânime junto à Cidade de Porto
Alegre e não se resumir a esta regularização de vilas na Zona Sul. A Zona Norte
também tem uma série de vilas que precisariam recursos específicos para tal
fim. Agora, a minha experiência demonstra o seguinte... inclusive fiz uma
Emenda há algum tempo para a Vila Dique, eles queriam encanamento para água.
Nós aprovamos e disse a eles: o Executivo faz se quiser. Não fez. Se fossem
outros Vereadores de outras Bancadas talvez ele tivesse feito até para reverter
em votos para “a”, “b” ou “c”. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Informamos aos Srs.
Vereadores que se acha à disposição, especialmente aos Vereadores
questionantes, Antonio Hohlfeldt e José Valdir, Pareceres da Auditoria da Casa.
Colocamos à disposição Parecer de V. Exas. sobre questão de tempo de
Presidentes e aos outros Vereadores também. O Ver. José Valdir tinha
questionado sobre a divulgação de efetividades dos Vereadores.
Não há mais oradores para encaminhar o PLE nº 53/96. Em votação o
Projeto e as Emendas de nºs 01 a 04 a
ele opostas. O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada.) APROVADOS, por 24 votos SIM e 01voto NÃO o PLE nº 53/96 e as Emendas de nºs 01 a 04.
Vamos votar, uma a uma, as Emendas de nºs 05 a 26.
O SR. ANTONIO HOLFELDT
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, faço esta Questão de Ordem, porque está ligada aos
trabalhos de Ordem do Dia deste momento. Para evitar algum problema posterior,
comunico formalmente à Casa que já encaminhei o Requerimento de renovação do
Processo do DMLU, para evitar que enviem o Projeto antes do prazo hábil do
Executivo.
O SR. PRESIDENTE: Nós já tínhamos e,
evidentemente, isso não acontecerá. Agora nós estamos tendo o cuidado, embora
estejamos no final do ano e da Legislatura, de que estas questões aguardem as
24 horas.
Em votação a Emenda nº 05. O Ver. João Dib está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a Emenda nº 05, coloca dois milhões de reais para habitações dos
municipários. Evidentemente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ninguém está
pretendendo resolver, com dois milhões de reais, o problema dos municipários. É
abertura de uma rubrica para o Executivo, através de seu competente e
experimentado futuro Diretor-Geral, porque sabe tudo de finanças, possa buscar
recursos e dar para os municipários aquilo que lhes é assegurado pela
Constituição, que diz que o trabalhador brasileiro tem que ter um salário capaz
de lhe dar habitação, alimentação, saúde, educação e lazer. E o Partido dos
Trabalhadores que, no Congresso Nacional, mais precisamente no Senado,
apresentou um trabalho de autoria do Senador Suplicy, de renda mínima, e teve o
aplauso de tanta gente, aqui não põe em prática. A Habitação é um pouco mais
fácil do que a renda mínima, devido à experiência de um Zanella, um Dilamar, um
Pujol e, futuramente, do nobre Ver. João Verle. Dois milhões de reais, abrindo
um crédito – quem sabe, seria uma solução cooperativa - quem sabe, algo que o
município saiba fazer, ao invés de dar as suas terras para aqueles que nada têm
a ver com o Município, que não são explorados pelo Município, mas que exploram
o Município, porque os servidores do Município são explorados pelo Município.
Já dizia da tribuna o Ver. Pujol que 161 funcionários tinha ele e agora há 800;
14 cargos em comissão tinha o Ver. Dilamar Machado e, agora, há 81 cargos. É
claro que com isso não deve sobrar dinheiro para os servidores municipais que
são demitidos. Os operários da Prefeitura são demitidos e ainda hoje recebi um em
meu gabinete que me disse que ingressou em 1983, quando o Município necessitava
de operários, e agora o botaram na rua.
Então Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há que ter sensibilidade, há que ter consideração. Está certo o Ver. Dilamar Machado quando diz que o Diretor do DEMHAB tem que ser político, porque o político tem sensibilidade, se espera que o político tenha capacidade de resposta. O municipário está pedindo casa e eu acho que é o grande momento de auxiliá-los. Sou grato, Sr. Presidente, pela atenção.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai submeter uma
proposta de sua iniciativa aos senhores Vereadores. Considerando que nós temos
25 Emendas e se cada uma das Bancadas resolver encaminhar cada uma das Emendas
destacadas, nós teríamos, para cada Emenda, 45 minutos e nós precisaríamos de
mil minutos. Nós temos um prazo legal, de sexta-feira até meia noite que
poderemos trabalhar. Se quarta-feira, não conseguirmos votar o Orçamento, por
uma questão de garantia, vamos convocar Sessão extraordinária, quarta-feira à
noite e quinta-feira pela manhã.
A Mesa informa que, na Câmara Municipal de Porto Alegre, não existe
voto de Liderança a exemplo de outras instituições congênitas. E o tempo seria
de dois minutos para cada uma das partes, um a favor e outra contra o destaque.
Em votação esse critério.(Pausa.)Os Vereadores que aprovam permaneçam sentados.
APROVADO.
O Ver. João Verle está com a palavra para encaminhar a Emenda nº 05 ao
PLE nº 53/96.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Temos para a habitação popular previsto no Orçamento para 1997 R$
22 milhões. Isso é bem mais que os R$ 7 milhões que o ano passado foram
efetivamente investidos e cerca de R$ 5 milhões estão previstos em uma
execução. Ainda é muito pouco para as necessidades de Porto Alegre e sim com os
municipários que muito necessitam temos uma quantidade enorme de habitantes em
nossa capital que necessitam de habitação.
O que queremos dizer, em relação Emenda do Ver. João Dib, que destina
R$ 2 milhões e mais 21 Emendas do Ver. Luiz Negrinho, que destina R$ 8 milhões,
isso são R$ 10 milhões já definidos dos R$ 22 milhões, ou seja, quase a metade.
Entendemos que é um privilégio que estaria dando a uma parcela da população
que, parte dela, pode necessitar. Entendemos também que todos aqueles que
preencheram requisitos para obtenção dessas moradias, sejam ou não
municipários, poderão habilitar-se e certamente serão contemplados se
estivermos dentro das limitações financeiras.
Então, não concordamos com essa Emenda do Ver. João Dib, porque ela privilegia uma parcela dos servidores. Enquanto futuro Diretor do DEMHAB me comprometo, inclusive, a analisar a possibilidade de desenvolver uma linha de crédito específica para financiamento de habitação dos municipários. Mas não posso, hoje, assumir qualquer compromisso porque me faltam informações. Mas penso que é possível. Agora, nós somos contra esta como depois diremos no encaminhamento, que somos contra cada uma das Emendas do Ver. Luiz Negrinho, porque entendemos que não é viável darmos privilégios, num caso, para os municipários e num outro para parte da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 05
aposta ao PLE 53/96.
O Ver. Artur Zanella solicita que se proceda à chamada nominal para
votação. (Após a chamada.) Treze votos
NÃO e 02 votos SIM.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pode alguém que está presente no Plenário deixar de votar?
SR. PRESIDENTE: Solicito à Sra. Secretária que proceda à leitura do nome dos Vereadores que votaram SIM e dos que votaram NÃO.
A SRA. SECRETÁRIA (Maria do Rosário): Votaram NÃO os Vereadores: Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi e Pedro Ruas.
E os Ver. Artur Zanella e Luiz Braz votaram SIM.
O SR. ARTUR ZANELLA: Este Vereador não votou sim, porque estava ausente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não vai receber esse tipo de manifestação do Ver. Artur Zanella. Ou o Vereador está no Plenário ou não está. Não existe outra situação.
Com fundamento no art. 177, do Regimento está REJEITADA a Emenda, conquanto obteve 13
votos NÃO e 02 votos SIM.
Este artigo estabelece que nenhum Vereador poderá escusar-se de votar sob pena de ser considerado ausente, o que não é o caso, salvo se fizer declaração prévia de estar impedido e nas votações declarar que abstém-se de votar. No entanto, a conseqüência de escusar-se de votar tem como presunção do art. 177 considerar-se ausente, conseqüentemente nada pode impedir, mas informo que teve dois votos sim e dentre os dois votos do Ver. Luiz Braz e do Ver. Artur Zanella, que votou e cuja gravação e notas taquigráficas constam isso, e este Presidente também constatou que a Secretária colheu o voto do Ver. Artur Zanella. Há 15 votos, mais o Presidente são 16 presentes, não atingindo o quórum de 17 Vereadores. Conseqüentemente, este Presidente tem que considerar nula a presente votação.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exa. havia declarado que a Emenda havia sido rejeitada, mas ela não foi rejeitada, pois a votação é nula.
O SR. PRESIDENTE: Não, este Vereador tinha lido art. 177, onde constava que nenhum Vereador pode escusar-se de votar, então teria os 17, mas eu tinha que apregoar o resultado e declarar aprovada ou rejeitada a Emenda. No caso, a conseqüência legal, quando o Vereador se escusa de votar ao ser chamado, é ser considerado ausente. Sendo considerado ausente, não há quórum, porque daí nós teríamos 13 Vereadores que votaram Não e 2 Sim, mais este Presidente, 16. O Vereador que se escusou de votar é considerado ausente no momento da votação, pela interpretação.
O SR. JOÃO VERLE: Vale dizer que pode estar presente e não votar.
O SR. PRESIDENTE: É a interpretação, Vereador, neste momento. Inclusive é o que fica bem claro da leitura do art. 177. Eu, pessoalmente, tenho uma visão diferente, mas do ponto de vista do exercício parlamentar o artigo é bem claro: ao escusar-se de votar, a pena é consideração de ausência.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Eu pergunto se podemos exercer o direito ao voto.
O SR. PRESIDENTE: Não pode, porque a votação já foi declarada nula. Foi apregoado o resultado; não foi atingido o quórum de 17 Vereadores em Plenário; conseqüentemente, não há quórum, pelo que convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão Plenária de quarta-feira, no horário regimental.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 18h 45min.)
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